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Ministério da Saúde confirma primeira morte de feto por febre oropouche

Esse é o primeiro caso no mundo

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério da Saúde confirmou, neste sábado (03), a morte de um feto, em Pernambuco, por causa de transmissão vertical da febre oropouche. Esse é o primeiro caso no mundo. A transmissão vertical consiste em uma infecção que acontece a partir da mãe para o seu feto no útero.

A gestante é moradora da cidade de Rio Formoso, tem 28 anos e estava na 30ª semana de gestação – sete meses de gravidez. Ela apresentou sintomas similares aos de febre oropouche, além de ter tido contato recente com uma pessoa que foi diagnosticada com a doença.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que o quadro físico de saúde da mulher evoluiu positivamente e que ela passa bem. Para confirmar a causa da morte, foram utilizados exames RT-PCR e imunohistoquímico.

O Ministério da Saúde comunicou que enviará aos estados e municípios uma nota técnica com orientações para a metodologia de análise laboratorial, vigilância e a assistência em saúde sobre condutas recomendadas para gestantes e recém-nascidos com sintomas compatíveis com oropouche.

Oito casos de transmissão vertical da oropouche ainda estão em investigação no Brasil. São quatro em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre.

Das ocorrências, quatro evoluíram para óbito fetal e outros quatro tiveram consequências de anomalias congênitas, como a microcefalia.

Segundo o ministério, 7.286 casos de oropouche já foram confirmados no Brasil, com duas mortes registradas na Bahia.

O que é a febre oropouche?

Segundo o infectologista Marcelo Neubauer, a doença é uma arbovirose transmitida pela picada de um borrachudo, o Culicoides Paraense, e apresenta um mecanismo de transmissão parecido com o da dengue. A grande diferença entre as duas, segundo o especialista, é que a oropouche conta com animais que podem ser seus hospedeiros. No caso da oropouche também, a contaminação acontece apenas em algumas áreas do país que são endêmicas, como a Amazônia, por exemplo.

A febre oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Depois disso, foram relatados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Também ocorreram registros da doença no Panamá, na Argentina, Bolívia, no Equador, Peru e na Venezuela. Com a ampliação da investigação da infecção no país, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados.

Sintomas da febre oropuche

Os sintomas são parecidos com os da dengue:

  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Dores no corpo e na cabeça;
  • Artralgia (dores nas articulações);
  • Diarreia;
  • Tontura;
  • Náusea.

O infectologista Werciley Vieira Jr, disse que as dores no corpo na febre oropouche costumam ser mais intensas do que na dengue. No entanto, ele reitera que não é possível fazer o diagnóstico apenas observando o quadro sintomático do paciente.

Como é feito o diagnóstico?

O exame PCR (reação em cadeia da polimerase) possibilita a identificação do vírus no sangue e os testes sorológicos lgG e lgM mostram a presença de anticorpos específicos, também no sangue.

Como se prevenir?

A prevenção é parecida com os casos de dengue, chikungunya e outras doenças causadas por picada de mosquitos: uso de repelentes, blusa de manga longa e calça comprida em áreas de mata, além de telas e mosqueteiros.

Quais são os sinais de alerta?

Os principais indícios que devem deixar as pessoas atentas são a falta de hidratação, náusea, vômito e dor incontrolável. Pessoas imunossuprimidas, idosos, crianças e pessoas com comorbidades têm maior chance de complicações associadas à doença, segundo Vieira Jr.

Como é feito tratamento?

Ainda não existe um tratamento específico para a doença. O foco é aliviar os sintomas e manter o paciente hidratado.

*Com informações do SBT News

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