Médico brasileiro desenvolve tratamento que regrediu câncer
A história foi apresentada nesta semana, durante um seminário em San Diego, na Califórnia
• Atualizado
A divulgação de um caso de regressão de um quadro de câncer, com um tratamento desenvolvido por um médico brasileiro, nos Estados Unidos, gerou debate na comunidade científica.
A história foi apresentada nesta semana, durante um seminário em San Diego, na Califórnia. O encontro reuniu profissionais da área da saúde que praticam terapia termal.
Marc Abreu, médico graduado no Brasil, e que trabalha há duas décadas nos EUA, apresentou o caso de Scott Miller. O norte-americano, de Los Angeles, é designer gráfico aposentado. Ele conta que, em 2021, recebeu o diagnóstico de câncer de próstata. Os tumores já haviam se espalhado pelo corpo.
“Fiquei chocado, porque me deram de 3 a 4 meses de vida”, ele relata. Scott diz que escolheu não fazer quimioterapia.
Na Flórida, ele passou por um tratamento com uma máquina chamada “túnel térmico cerebral”. Scott relata que foram cinco sessões e que, no fim de 2021, os exames de tomografia mostraram regressão total dos tumores.
“É uma ativação dos receptores térmicos, no cérebro e nas superfícies do corpo, através de uma câmara, como se fosse uma ressonância, na qual o corpo é exposto a altas velocidades de mudança de temperatura. Isso é necessário para se haver esse estímulo das proteínas”, explica o médico Marc Abreu.
O médico explica que, antes do tratamento, é feita uma análise da quantidade de moléculas chamada interleucina-13 no corpo. “Se você tiver uma interleucina-13 aumentada, você está em um ambiente de desenvolver o câncer, um câncer agressivo e, invariavelmente, vai acontecer, porque o estímulo está lá. O que se trata hoje é a nível celular, que é a presença mais visível do câncer”, acrescenta o médico.
Questionado se o equipamento é autorizado pela agência reguladora dos EUA, a FDA, para tratamentos oncológicos, Marc Abreu alegou que a autorização é para casos individuais, e que a publicação científica do caso de Scott Miller será feita.
“Se a publicação científica está ainda por acontecer, é correto dizer que o tratamento é experimental?”, indaga a repórter Patrícia Vasconcellos, ao médico.
“Tecnicamente, sim, mas, em termos regulatórios, não. O que é regulatório? Eu posso colocar um anúncio dizendo: estou fazendo tratamento de câncer em estágio terminal com equipamento aprovado pelo FDA”, ele responde.
No Brasil, o oncologista Diogo Bastos, integrante da Sociedade Brasileira de Oncologia, faz um alerta: a cura de um paciente com câncer só acontece quando a remissão dos tumores dura muitos anos.
“Para a gente considerar um tratamento oncológico eficaz, nós temos que ter estudos clínicos em pacientes com câncer, demonstrando que determinado tratamento tem x por cento de funcionar. Dificilmente, a gente vai dizer que um tratamento é eficaz com base em um único relato de caso. Qualquer novo tratamento, nós vemos com olhos abertos, mas a gente tem que ter muita calma e cautela”, pondera o especialista.
O túnel térmico cerebral também tem sido utilizado, por profissionais da Flórida, para o tratamento de patologias neurológicas.
Sobre o tratamento de câncer, Marc Abreu respondeu às críticas de diferentes profissionais da saúde sobre o relato de uma solução em tão curto tempo, para uma doença complexa.
“Eu não teria condições de ter desenvolvido, se não estivesse em um ambiente que expandiu meu conhecimento. Então, é natural que haja uma crítica se você não conhece. O objetivo nosso deve ser em comum: o benefício do paciente”, conclui o médico.
Assista a reportagem
>> Para mais notícias, siga o SCC10 no Twitter, Instagram e Facebook.
Leia Mais
Quer receber notícias no seu whatsapp?
EU QUERO