Joinville inaugura biofábrica do Método Wolbachia para combate à dengue
O espaço recebeu um investimento de R$ 335 mil em melhorias estruturais
• Atualizado
Foi inaugurada, na tarde da segunda-feira (1), a Biofábrica do Método Wolbachia, em Joinville. A unidade fica localizada no bairro Nova Brasília, na antiga Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do bairro, que passou por melhorias para abrigar o ambiente onde serão produzidos os Wolbitos, mosquitos que vão ajudar a combater a dengue na cidade.
O espaço foi desativado com a inauguração da nova UBSF, em maio, e recebeu um investimento de R$ 335 mil em melhorias estruturais, climatização e equipamentos de última geração vindos de Singapura e China.
De acordo com a prefeitura, as equipes que vão atuar no espaço receberão treinamento e a expectativa é de iniciar a soltura dos primeiros mosquitos Wolbitos ainda no mês de julho.
“Iniciamos as tratativas para implantação desse método ainda em 2021. O método Wolbachia trouxe excelentes resultados dentro e fora do Brasil e temos certeza de que será um grande aliado de Joinville na luta contra a dengue”, afirma o prefeito de Joinville, Adriano Silva.
A implementação do método Wolbachia, em Joinville, ocorre por meio de uma ação conjunta entre a Prefeitura de Joinville, Fiocruz, World Mosquito Program (WMP), Governo de Santa Catarina e Ministério da Saúde.
Estrutura da Biofábrica
A estratégia do método consiste na introdução da bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti. Esta bactéria está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos. A Wolbachia impede que os vírus, não só da dengue, mas zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dos insetos, contribuindo para redução dessas doenças.
Para isso, o processo na biofábrica começa na sala de “Preparação”. É neste espaço que os ovos de Wolbitos, serão eclodidos em um equipamento automatizado.
As larvas são transferidas para um segundo equipamento para serem contadas e divididas em grupos de 7 mil. Elas então vão para a “Sala de Larvas”, onde há bacias com água. As larvas recebem alimento para desenvolvimento por até sete dias.
Quando se tornam pupas, estágio entre larvas e mosquitos adultos, voltam para um equipamento automatizado para sexagem e então são separadas em grupos menores, com 250 machos e fêmeas. As pupas vão para a “Sala de Tubos” e eclodem em até 48 horas, quando se tornam mosquitos Wolbitos e estão prontos para a soltura.
A Biofábrica conta também com a sala DML, onde são armazenados materiais; um almoxarifado; uma sala de limpeza, onde os equipamentos são higienizados; e uma copa.
“Nós estamos prevendo a liberação dos primeiros mosquitos ainda no período de inverno. E isso é muito bom porque a população natural do mosquito está diminuída. Então a probabilidade dos nossos mosquitos colonizarem o ambiente é maior, explica Krieger.
*Estagiária sob a supervisão de Carolina Sott.
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