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Instituto Butantan faz alerta para baixa cobertura vacinal de crianças

Com a flexibilização do isolamento social e a volta às atividades presenciais das escolas, a exposição às doenças fica maior

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Imagem Ilustrativa | Foto: Divulgação/PMF
Imagem Ilustrativa | Foto: Divulgação/PMF

O Instituto Butantan fez um alerta para a baixa cobertura vacinal de crianças no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, as imunizações contra poliomielite, que causa paralisia e contra tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), por exemplo, foram as que mais registraram queda em 2021, alcançando cerca de 60% do público infantil.

A principal preocupação está no sistema imunológico menos desenvolvido das crianças, fruto do confinamento durante os dois anos da pandemia de covid-19. Com a flexibilização do isolamento social e a volta às atividades presenciais das escolas, a exposição às doenças fica maior, o que pode resultar em um aumento significativo das contaminações devido ao alto nível de transmissão dos vírus.

“Durante a pandemia tivemos a redução de algumas doenças pediátricas, mesmo com a redução na vacinação, porque as crianças deixaram de estar expostas. Agora o problema é que elas estarão mais expostas porque voltaram às aulas, e estão circulando. Prevejo que a gente vá ver um aumento de casos dessas doenças com cobertura reduzida, como o que já vimos com o sarampo”, explica a pesquisadora do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Butantan, Luciana Leite

A queda na cobertura das vacinas pediátricas, no entanto, não é de hoje e vem desde 2016. Com isso, há um risco real de doenças já erradicadas, como a poliomielite, voltarem ao país, ainda mais pelo surgimento de novos casos em países como a África do Sul e Israel. Essa situação vem colocando em alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS) e, aqui no Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). 

O sarampo já havia sido erradicado no Brasil em 2016, quando o país foi nomeado “zona livre” pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Porém, com a diminuição da cobertura vacinal, houve uma explosão de casos em 2018, e em 2019 o país perdeu o título. Para Luciana, esse parece ser o caminho que está sendo trilhado pela poliomielite, considerada erradicada no território nacional desde 1994.

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