Infarto e AVC podem aumentar até 30% nos meses predominantemente frios; saiba como se prevenir
A OMS estima que doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes no mundo, sendo as principais o AVC e o infarto
• Atualizado
No inverno, algumas doenças são frequentemente motivo de atendimento médico nos hospitais, e uma delas é o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia, as ocorrências de infarto e AVC podem aumentar em até 30% nos meses predominantemente frios, especialmente em temperaturas inferiores a 14ºC. Quem nos explica sobre o tema é o neurocirurgião do Hospital Baía Sul, Jorge Moritz.
Primeiro, é preciso compreender que o AVC é causado por uma doença vascular, existindo dois tipos, o hemorrágico, quando há o rompimento de uma artéria ou veia, que pode causar hemorragia e danos cerebrais locais, e o isquêmico, em que a artéria é obstruída por um coágulo, e que se não tratado com rapidez, pode causar infarto cerebral.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes no mundo, sendo as principais o AVC e o infarto. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 400 mil pessoas morrem por ano em decorrência dessas condições.
Segundo o Dr. Jorge Moritz, em relação ao aumento do risco de AVC em épocas mais frias, as causas podem estar relacionadas diretamente à diminuição da temperatura, seja por uma vasoconstrição periférica, provocando aumento da pressão arterial, ou pelo aumento da capacidade do organismo em formar trombos, ou, ainda, indiretamente, pelo fato de, durante o inverno, as pessoas diminuírem os cuidados com sua saúde física e alimentar (menos exercício, maior incidência de depressão, de consumo de gordura e uso de álcool).
Sintomas
Alguns sintomas da doença são o distúrbio da sensibilidade e fraqueza em um dos lados do corpo; distúrbio da fala; paralisia facial; tontura; dores de cabeça; perda da visão súbita; entre outros. “No caso destes sintomas, os pacientes podem estar sofrendo um AVC, e devem procurar a emergência o mais rápido possível, especialmente instituições que contenham serviços especializados em AVC”, afirma o médico.
Ainda de acordo com o neurocirurgião, as principais causas de AVC são a hipertensão arterial sistêmica, diabetes, arritmias cardíacas, dislipidemia (aumento do colesterol no sangue), uso exagerado de álcool, sedentarismo, obesidade, tabagismo, entre outros. “Há situações onde os indivíduos apresentam uma predisposição genética de desenvolver tais fatores de risco. Os principais cuidados no inverno estão centrados em manter-se bem agasalhado e evitar choques térmicos nos dias mais frios, manter a prática de exercícios físicos e alimentação saudável. A união destes hábitos no dia a dia contribui muito para que as pessoas diminuam o risco de desenvolver um AVC.”, enfatiza Dr. Jorge.
“Quando falamos de AVC, estamos falando de uma doença muito comum na população. A maior parte das ocorrências e dos tratamentos são de AVC isquêmicos. O importante é que hoje conseguimos ter bons tratamentos, com ótimos resultados, mas que dependerá, também, de como a família se comporta diante de um familiar com suspeita de AVC e da agilidade com que o paciente será levado ao hospital. Quanto mais rápido a busca por atendimento, menos os danos causados”, conclui o médico.
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