Imunizante contra tuberculose está em falta pelo país
A BCG é aplicada em dose única, geralmente no primeiro mês de vida
• Atualizado
A vacina BCG, que previne as formas graves da tuberculose, está sendo racionada no país. Belo Horizonte e Cuiabá já não têm o imunizante e, segundo a Frente Nacional de Prefeitos, outros 20 municípios estão com estoque baixo.
A pequena Eloah tem 25 dias de vida. A recém-nascida precisava tomar a vacina que protege contra a tuberculose. A mãe teve que pagar R$ 100 pela dose da BCG.
“A gente fica de posto em posto com a criança, criança recém-nascida, num ambiente que a gente tá vivendo, hoje, de doença (corte) só dizem que não tem e a gente vai embora.”, afirma a dona de casa Victória Rodrigues.
A prefeitura de Belém informou que o Ministério da Saúde diminuiu o fornecimento do imunizante. A secretaria de Saúde do Pará disse que a queda no envio começou no primeiro semestre deste ano. Os estoques estão baixos principalmente nos municípios do norte, centro-oeste e sudeste, segundo a Frente Nacional de Prefeitos para enfrentar a escassez, as prefeituras racionam a vacina.
“Você reduz a quantidade de centro de saúde que tem a BCG, encaminha os pacientes pra lá, pra que aquele frasco seja utilizado pra mais pessoas”, diz o prefeito de Campinas e vice-presidente de Saúde da Frente Nacional de Prefeitos, Dário Saadi.
O Ministério da Saúde negou o desabastecimento da vacina na rede pública, mas admitiu que houve uma readequação da quantidade mensal enviada aos estados, provocada por problemas na importação e na autorização da Anvisa para a entrada do imunizante no país. O Ministério prevê que a situação deverá se normalizar até setembro.
Há seis anos, a Anvisa suspendeu as atividades da única fábrica autorizada a produzir a vacina no Brasil por práticas fora das normas. A BCG é aplicada em dose única, geralmente no primeiro mês de vida. A vacina protege contra as formas graves da doença.
“Como a tuberculose miliar, que é uma tuberculose disseminada por todo o organismo, e a tuberculose meningo-encefálica, que compromete o sistema nervoso central deixando sequelas importantes, são doenças de muito difícil tratamento que comprometem principalmente crianças que nascem de famílias de condições sanitárias mais precárias”, relata o infectologista Newton Bellesi.
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