Governo rejeita canetas emagrecedoras no SUS; saiba o motivo
Um parecer técnico publicado em maio deste ano aconselhava a não inclusão dos medicamentos, principalmente pelo alto custo
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A inclusão de canetas emagrecedoras, Wegovy e Saxenda, foi rejeitada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec-SUS). A decisão foi divulgada nesta semana pelo governo brasileiro.
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Os remédios produzidos pela farmacêutica Novo Nordisk são utilizados para o tratamento de pacientes com obesidade e diabetes tipo 2 (Saxenda) e para pessoas acima de 45 anos com obesidade e doença cardiovascular (Wegovy).
Governo rejeita canetas emagrecedoras no SUS; saiba o motivo
Segundo a Conitec, um parecer técnico publicado em maio deste ano aconselhava a não inclusão dos medicamentos, principalmente pelo alto custo que a compra traria aos cofres públicos.
De acordo com o impacto financeiro divulgado, a aquisição do Wegovy chegaria a R$ 380 milhões no primeiro ano e poderia alcançar R$ 3,7 bilhões em cinco anos ou até R$ 6,8 bilhões, variando em um cenário de 20% a 70% de adesão entre os cerca de 150 mil pacientes elegíveis. O custo, por caneta, pode chegar a R$ 1,4 mil.
No caso da Saxenda, foi estimado que mais de 400 mil pacientes estariam elegíveis para uso ao ano. Em cinco anos, o impacto financeiro poderia ir de R$ 1,2 bilhões até R$ 2,5 bilhões. O relatório indica que os ganhos econômicos com a maior qualidade de vida dos pacientes não chegariam a 10% de recuperação do valor investido.
Outras restrições
Além dos custos dos medicamentos, a Conitec disse que no caso do Saxenda, divergências metodológicas que impedem comparações dos estudos foram apresentados para indicar benefícios dos remédios.
Já no caso do Wegovy, “a incerteza do tempo de uso da semaglutida”, já que o tratamento com este remédio deve ser contínuo. O colegiado também citou a necessidade de acompanhamento multidisciplinar com psicólogos e nutricionistas durante o tratamento como outro desafio para incorporar a tecnologia ao SUS.
Por enquanto, o Wegovy não está disponível em nenhum serviço público do país. Já o Saxenda é usado em programas municipais de Goiás e Espírito Santo, além do Distrito Federal.
O que diz a Novo Nordisk?
Por meio de nota, a Novo Nordisk, disse que estudos comprovam a eficácia dos tratamentos, porém entende que os custos possam parecer elevados quando tomados como medida de saúde pública. Leia:
“A Novo Nordisk compreende que o histórico subfinanciamento do SUS, somado ao contexto de desequilíbrio fiscal, restrições orçamentárias e obsolescência dos mecanismos de incorporação vigentes atualmente, impõem desafios para oferta de tecnologias inovadoras de saúde à população em nível nacional, mesmo quando estas são evidentemente custo-efetivas”.
A empresa seguirá dialogando com o Ministério da Saúde, estados, municípios e demais potenciais parceiros, construindo soluções alternativas, tecnicamente viáveis e sustentáveis, para atender as necessidades de saúde da população brasileira”.
*Com informações do Metrópoles.
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