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RISCO À SAÚDE

Florianópolis lidera consumo de ultraprocessados no Brasil

A Capital catarinense lidera o ranking divulgado nesta sexta-feira (27) pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP

• Atualizado

Redação

Por Redação

Florianópolis lidera consumo de ultraprocessados no Brasil. – Foto: Imagem Ilustrativa/Canva/Repordução
Florianópolis lidera consumo de ultraprocessados no Brasil. – Foto: Imagem Ilustrativa/Canva/Repordução

Florianópolis é a cidade que mais consome alimentos ultraprocessados no Brasil, com 30,5% das calorias diárias vindas desse tipo de produto. A Capital catarinense lidera o ranking divulgado nesta sexta-feira (27) pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), que mapeou a alimentação dos brasileiros.

A pesquisa, publicada na Revista de Saúde Pública, combinou dados do Censo Demográfico com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), ambos do IBGE, e revelou diferenças significativas entre os municípios.

Enquanto Florianópolis apresenta um dos índices mais altos, a cidade de Aroeiras do Itaim, no Piauí, tem apenas 5,7% da dieta composta por ultraprocessados. A média nacional é de 20%.

Os dados mostram uma tendência: quanto maior a urbanização e a renda, maior o consumo. “Em cidades onde mais de 15% da população tem renda per capita acima de cinco salários mínimos, os ultraprocessados representam mais de 20% das calorias diárias”, aponta o levantamento.

Mas isso não quer dizer que regiões com menor consumo estejam, necessariamente, se alimentando melhor. “Famílias de baixa renda e zonas rurais consomem alimentos básicos, como arroz, feijão e açúcar, mas poucas frutas, legumes e verduras”, destacam os pesquisadores.

Na avaliação da endocrinologista Daniela Fernandes, do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE-RJ), há um agravante: “entre os mais pobres, o consumo de embutidos, enlatados e alimentos com pior valor nutricional é ainda mais comum, o que acaba sendo mais prejudicial à saúde”.

Diante desse cenário, o Congresso discute uma proposta que prevê a taxação de produtos ultraprocessados nos mesmos moldes do tabaco.

O chamado “imposto seletivo” faz parte da Reforma Tributária e busca desestimular o consumo, ao mesmo tempo em que pode tornar alimentos naturais mais acessíveis.

“É possível, através da reforma tributária, promover uma alimentação saudável a partir da cesta básica e da desoneração de alimentos essenciais, tornando-os mais acessíveis”, afirmou a senadora Leila Barros (PDT-DF), que coordenou uma reunião sobre o tema na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.

Onde se consome mais ultraprocessados no Brasil? - Foto: USP/Reprodução
Onde se consome mais ultraprocessados no Brasil? – Foto: USP/Reprodução

O que são alimentos ultraprocessados?

São produtos criados por técnicas industriais complexas e que, geralmente, contêm ingredientes que não existem em cozinhas comuns. Alguns dos componentes mais frequentes são gordura vegetal hidrogenada, xarope de frutose, emulsificantes, maltodextrina, espessantes, corantes e realçadores de sabor.

Diferente dos processados, que passam por transformações mais simples, como salga, cura ou fermentação, os ultraprocessados são modificados a ponto de perderem boa parte das propriedades nutricionais.

Já os alimentos in natura, como frutas, verduras, ovos, leite e carnes frescas, são consumidos na sua forma original, sem alterações químicas ou aditivos.

Os riscos dos ultraprocessados para a saúde

Uma revisão de 45 estudos publicada na revista científica The BMJ mostrou que o consumo frequente de ultraprocessados está ligado a pelo menos 32 problemas de saúde, entre eles obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, depressão e câncer.

Embora trocar todos os itens do armário de uma vez pareça difícil, especialistas afirmam que mudanças simples fazem diferença.

“Planejar refeições com antecedência pode reduzir a tentação de recorrer a alimentos menos saudáveis”, diz a nutricionista Bianca Gonçalves. Segundo ela, o ideal é iniciar uma reeducação alimentar aos poucos, sem radicalismos, incluindo frutas, vegetais e proteínas magras como peixe, frango e tofu.

Bianca explica que alimentos que trazem saciedade, como chocolate amargo, framboesas e mirtilos, também ajudam a evitar o consumo exagerado por impulso.

Olhar os rótulos também pode ser uma boa estratégia. “Se você não reconhece os nomes na lista de ingredientes ou não teria aquilo em casa, talvez seja hora de repensar”, alerta.

Além da alimentação, a prática de atividades físicas ajuda a manter o bem-estar mental e a controlar o apetite. “Exercícios estimulam a produção de endorfina, dopamina e serotonina, reduzindo o risco de comer por ansiedade ou compulsão”, finaliza a nutricionista.

*As informações são do SBT News.

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