Farmácia Popular pagou R$ 7,4 bilhões em remédios para pessoas mortas, diz CGU
Relatório apontou irregularidades no período de 2015 a 2020 durante os governos Dilma, Temer e Bolsonaro
• Atualizado
O programa Farmácia Popular distribuiu, entre julho de 2015 e dezembro de 2020, R$ 7,43 bilhões em medicamentos a pacientes que já tinham morrido, segundo levantamento feito pela auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU).
Ainda de acordo com o relatório, o programa também vendeu R$ 2,57 bilhões em medicamentos sem nota fiscal que comprovasse a compra pelo estabelecimento credenciado. As informações são da Agência Brasil. O período corresponde às gestões dos presidentes Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.
A CGU apurou que os problemas decorreram da falta de um controle maior nos ressarcimentos às farmácias onde os medicamentos são retirados. Isso porque a fiscalização ocorre, na maior parte dos casos, a distância e de forma manual.
No caso da distribuição a pacientes que já morreram, a CGU cruzou o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do paciente com autorizações emitidas pelo Ministério da Saúde e informações do Sistema Nacional de Registro Civil (Sirc), do Sistema de Controle de Óbitos do Ministério da Previdência (Sisobi) e do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do DataSus.
No Farmácia Popular, os estabelecimentos credenciados repassam aos pacientes os medicamentos com desconto de 90% em relação ao valor de referência. Os remédios para o tratamento de hipertensão, diabete e asma são distribuídos de forma gratuita. Os comerciantes são ressarcidos pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, do Ministério da Saúde, que subsidia a aquisição dos medicamentos.
O Ministério da Saúde informou que avalia o resultado e as recomendações da auditoria da CGU.
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