Especialistas alertam para possíveis surtos de doenças em abrigos do Rio Grande do Sul
O Ministério da Saúde anunciou o envio de mais de 105 mil doses emergenciais de vacinas para a população gaúcha
• Atualizado
Nas últimas semanas, o Rio Grande do Sul tem enfrentado tragédias climáticas, com cerca de 447 municípios sofrendo inundações. No sábado (11), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a Sociedade Gaúcha de Infectologia (SGI) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) divulgaram uma nota técnica enfatizando a importância da vacinação e alertando para possíveis surtos de doenças em abrigos
Considerando o alto risco de hepatite A no atual cenário do Rio Grande do Sul, as entidades emitiram uma nota destacando a importância da vacinação para os grupos prioritários. Em resposta, o Ministério da Saúde anunciou o envio de mais de 105 mil doses emergenciais de vacinas para a população gaúcha até esta segunda-feira (13).
Confira a nota
“Pessoas afetadas por desastres naturais e residentes em abrigos onde prevaleçam más condições sanitárias, ou que têm contato sistemático com águas insalubres e potencialmente contaminadas por esgoto, enfrentam um maior risco de contrair hepatite A. Essa doença é transmitida principalmente através do contato com fezes, alimentos e água contaminada. Com um período de incubação longo, que pode variar de 15 a 40 dias, é possível que pessoas mesmo já infectadas pelo vírus sejam protegidas pela primeira dose da vacina”, destacaram as entidades por meio da nota.
Vacinas recomendadas para situações de enchente:
- Influenza (gripe) e covid-19: indicada para todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais (exceto aquelas com contraindicações).
- Tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba): indicada para todas as pessoas entre 12 meses e 59 anos de idade, exceto aquelas com contraindicações para essa vacina.
- Hepatite A: desde 2014, a vacina hepatite A é recomendada pelo PNI para todas as crianças aos 12 meses de idade (até os 5 anos, se ainda não vacinadas). Nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs), a vacina está disponível para pacientes imunodeprimidos, seja por doença ou tratamento, e para portadores de doenças crônicas específicas.
Grupos prioritários:
- Pacientes especiais (hepatotopatas, imunossuprimidos, com doença renal crônica e homens que fazem sexo com outros homens) de qualquer idade, sem registro da vacina hepatite A, ou sem a carteira de vacinação).
- Adultos com idade entre 18 e 40 anos de idade sem registro da vacina de hepatite A ou sem a carteira de vacinação.
- Gestantes.
Vacinas especialmente recomendadas a pessoas envolvidas em resgates:
- Hepatite B: a imunização contra a hepatite B é crucial para os profissionais da saúde, bem como para aqueles que podem estar expostos ao contato com fluidos corporais, como bombeiros e militares. O esquema de vacinação consiste em três doses da vacina administradas em intervalos de 0, 2 e 6 meses.
- Febre tifoide: a vacinação contra febre tifóide é recomendada para socorristas, se disponível, e deve ser aplicada uma dose.
- Leptospirose: A Sociedade Brasileira de Infectologia divulgou nota técnica alertando para a possibilidade de aumento no número de casos de leptospirose na região.
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Leptospira, comumente adquirida por meio do contato com água ou solo contaminados pela urina de animais infectados, principalmente ratos.
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