Após caso suspeito em MG, entenda ‘doença da vaca louca’
Embora o diagnóstico não tenha se confirmado, houve questionamentos sobre os sintomas e perigos da condição
• Atualizado
Um caso suspeito de Encefalite Espongiforme Bovina (EEB), popularmente chamada de “doença da vaca louca”, em um homem de 78 anos, em Minhas Gerais (MG), tomou os noticiários nesta terça-feira (12). Embora o diagnóstico não tenha se confirmado, houve questionamentos sobre os sintomas e perigos da condição. Entenda abaixo!
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Caso em Minas Gerais
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), não há registro confirmado da doença no Estado e que o caso se trata, provavelmente, da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), que é uma patologia caracterizada por perda de memória, desordem cerebral, tremores e rápida progressão, geralmente levando à morte em um ano em sua forma esporádica, ou seja, de forma aleatória.
Nesse caso, não há relação com o consumo de produtos bovinos, que é transmissão caracterizada da “doença da vaca louca”.
De acordo com a SES-MG, 85% dos casos de DCJ ocorrem de forma esporádica e costumam afetar indivíduos entre 55 e 70 anos, sendo mais comum em mulheres.
Doença transmitida pelo consumo de carne contaminada
De acordo com a Secretaria, existe uma variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ) que está diretamente associada à encefalite espongiforme bovina em humanos, transmitida pelo consumo de produtos de origem bovina contaminados.
Casos da variante começaram a ser registrados no Reino Unido em 1996, quando práticas alimentares na pecuária expuseram bezerros a proteínas de origem bovina infectadas por príons, agentes infecciosos extremamente resistentes.
No diagnóstico do paciente, a SES-MG destaca a presença da proteína 14-3-3 no líquido cerebroespinhal, um marcador de lesão neuronal que indica a provável presença da DCJ.
Contudo, a confirmação definitiva só pode ocorrer por meio de análise neuropatológica pós-morte, com coleta de fragmentos do cérebro.
O que é a doença da “vaca louca?
Segundo o Ministério da Saúde, a doença da vaca louca é uma enfermidade neurodegenerativa fatal e transmissível do Sistema Nervoso Central (SNC) de bovinos com um período de incubação que vai de 2 a 8 anos.
A contaminação acontece pelo consumo de produtos, principalmente farinhas de carne e ossos provenientes de animais infectados.
Entre os sintomas estão alterações neurológicas e comportamentais, agressividade, dificuldade em manter-se em pé ou levantar-se, andar em círculos, movimentos oculares assimétricos.
No entanto, os sinais clínicos podem ser confundidos com raiva, infecção por herpesvírus e encefalites, por exemplo.
Tanto a variante da CJD, quando a CJD, que acometem humanos são consideradas, como a doença da vaca louca Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EET), ou seja, que acometem o Sistema Nervoso Central.
O último caso da “doença da vaca louca” identificado no país aconteceu em fevereiro de 2023, em Marabá, no Pará.
Como é a prevenção?
No Brasil, desde 1998, o governo brasileiro implantou medidas de prevenção voltadas contra a introdução da vDCJ.
Dentre as medidas estão, por exemplo, proibição da importação de carne bovina de regiões com histórico da doença e de derivados de sangue de doadores do Reino Unido.
Atualmente, não há cura conhecida para a DCJ ou variante. O tratamento é voltado para suporte e controle das complicações, com assistência psicológica e nutricional ao paciente e suporte à família.
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