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Resistente à medicamentos

Entenda como funciona implante para tratar depressão resistente

Cirurgia para implante aconteceu pela primeira vez no Brasil e foi realizada em Santa Catarina

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Mart Production |  Pexels
Foto: Mart Production | Pexels

Em agosto, pela primeira vez no Brasil, dois pacientes com depressão grave passaram por cirurgias para receber implantes de um aparelho de estimulação do nervo vago para tratar depressão resistente à medicamentos. Os procedimentos foram realizados no dia 11 de agosto pelo neurocirurgião Dr.Wuilker Knoner Campos no Hospital SOS Cárdio após avaliações para este protocolo pelo psiquiatra Dr. Matheus Souza Seglich, em Florianópolis.

Segundo o Dr. Wuilker, atualmente, “estes pacientes com depressão refratária representam 30% da população de pacientes com depressão. Além de altas taxas de suicídio, estes pacientes internam com mais frequência em clínicas psiquiátricas, fora o tempo de vida útil perdida de vida social, trabalho e lazer relacionados à doença e efeitos colaterais dos vários tratamentos”.

A tecnologia, conhecida como SYMMETRY é da LivaNova, empresa de equipamento médico líder no mercado de neuromoduladores. A terapia já vem sendo utilizada para estes casos de depressão resistente há 5 anos nos EUA e Inglaterra.

A tecnologia

O SYMMETRY, juntamente com todos os geradores para terapia VNS da LivaNova, recebeu a aprovação da Anvisa em 2019. Nos Estados Unidos, os geradores foram aprovados em 2017 pelo FDA, órgão regulador de produtos de saúde e alimentação, e pela Comunidade Europeia em 2018. Os testes clínicos nos EUA começaram em 2018, chegando à marca de 795 pacientes em 5 anos de estudos no projeto RECOVER. Os resultados desse processo indicaram melhora significativa da depressão refratária em aproximadamente 70% dos envolvidos, além da diminuição nos índices de suicídios relacionados à depressão.

O sistema de programação de última geração permite ao médico adequar o funcionamento do SYMMETRY às necessidades e respostas de cada paciente. É também possível iniciar novos tratamentos, como o uso de medicação ou psicoterapia, mesmo depois da ativação do gerador. Além disso, a maioria dos efeitos colaterais comuns do SYMMETRY são leves e se tornam menos perceptíveis com o tempo, sendo ele também uma boa opção para pessoas com intolerâncias médicas a antidepressivos.

A depressão

A depressão é um transtorno caracterizado por sentimentos de incapacidade, irritabilidade e pessimismo, isolamento social, perda de prazer, prejuízos à memória e raciocínio, baixa autoestima e tristeza. Essa condição afeta as capacidades de trabalhar, dormir, estudar, comer, socializar, entre outros. A depressão está se tornando um problema progressivamente mais comum.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que até 2030 a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas. Na América Latina, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão, além de ser o segundo país com maior prevalência nas Américas, segundo a OMS.

É definida como depressão refratária o transtorno depressivo com resistência a tratamento medicamentoso e psicoterapêutico. Há a necessidade de tratamento pelo resto da vida de aproximadamente 90% dos pacientes que não apresentam resposta positiva a pelo menos duas tentativas de tratamentos diferentes, sendo menos de 15% dos pacientes capazes de atingir remissão completa.

Dentre os casos de depressão em geral, estudos apontam que a depressão refratária corresponde a mais de 20% dos casos. Além disso, 30% a 40% dos pacientes deprimidos não respondem ao tratamento com antidepressivos, mesmo em uso de doses e duração adequadas e de 60% a 70% não conseguem atingir remissão completa.

No Brasil, a depressão atinge aproximadamente 15,5% da população em algum estágio da vida, sendo a prevalência de 20% em mulheres e de 12% em homens. Conforme dados da OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de morte por doenças no mundo, correspondendo a 4,4% dos ônus.

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