Comunidade terapêutica em Palhoça é interditada após vistoria do MPSC
A instituição foi impedida de receber novos pacientes até que corrija as irregularidades
• Atualizado
Uma vistoria do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em conjunto com órgãos de fiscalização, resultou na interdição parcial de uma comunidade terapêutica irregular em Palhoça, nesta sexta-feira (14). A instituição foi impedida de receber novos pacientes até que corrija as irregularidades estruturais, sanitárias e administrativas encontradas no local.
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Graves irregularidades motivaram interdição
A inspeção foi coordenada pela 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Palhoça, após denúncias sobre falhas no funcionamento da unidade.
A ação contou com a participação de profissionais da Vigilância Sanitária, do Conselho Regional de Medicina, da Secretaria Municipal de Saúde, da Secretaria de Assistência Social e do Corpo de Bombeiros Militar.
Segundo a Promotora de Justiça Renata Lima da Silva, a fiscalização encontrou medicamentos irregulares, funcionários sem qualificação, problemas estruturais, ausência de registros médicos e falta de um médico presencial.
Além disso, foi identificada a admissão irregular de pacientes, sem critérios adequados para acolhimento.
“Diante dessas graves irregularidades, optamos pela interdição parcial da instituição, impedindo a entrada de novos acolhidos até que as exigências sejam cumpridas. Agora, aguardamos os relatórios dos órgãos fiscalizadores para definir as próximas medidas judiciais e extrajudiciais”, explicou a Promotora.
A importância do programa ‘Saúde Mental em Rede’
A vistoria faz parte do programa “Saúde Mental em Rede”, desenvolvido pelo Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública do MPSC.
A iniciativa busca fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) em Santa Catarina, garantindo que a política pública de saúde mental seja aplicada de forma eficiente e segura.
O programa já inspecionou 21 comunidades terapêuticas em 19 municípios, acompanhando 835 acolhidos.
Entre os dados levantados, foi identificado que 57,1% dessas instituições recebem recursos públicos, 52,4% mantêm acolhidos por mais de um ano e 61,9% realizam acolhimentos involuntários, o que reforça a necessidade de maior fiscalização e regulamentação desses espaços.
Plano Geral de Atuação
As vistorias fazem parte do Plano Geral de Atuação (PGA) 2024-2025, que define as prioridades institucionais do MPSC em diversas áreas, incluindo saúde mental, direitos humanos e moralidade administrativa.
O PGA visa qualificar a fiscalização e contribuir para a melhoria da Rede de Atenção Psicossocial, garantindo a proteção dos direitos de pessoas com transtornos mentais.
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