Campanha de vacinação contra a pólio encerra nesta sexta; saúde recomenda que municípios concentrem esforços
O Estado de Santa Catarina ainda não atingiu a meta de imunização
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As Campanhas de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para atualização da caderneta de vacinação de crianças e adolescentes até 14 anos de idade terminam nesta sexta-feira (30). O Estado de Santa Catarina ainda não atingiu a meta de imunização na Campanha de Vacinação contra a pólio, que é de 95%. Até terça-feira (27), foram aplicadas 275.655 doses da pólio, que representa uma cobertura vacinal de 70,49%. Na quarta-feira (28), a última atualização estava em 73,05%. Dos 295 municípios catarinenses, apenas 144 alcançaram a cobertura de 95%. Considerando que o público alvo é de 391.034 crianças, 115.379 crianças de 1 a 4 anos de idade continuam desprotegidas.
Ainda que Santa Catarina não tenha alcançado a meta de vacinação, dados do Painel do Ministério da Saúde mostram que o Estado segue como um dos quatro com maior cobertura vacinal na Campanha, ficando atrás apenas do Pernambuco (84,20%), Amapá (82,85%) e Alagoas (73,37%). Santa Catarina também se destaca na média nacional, que contabiliza cobertura de apenas 53,09%. Para consultar os dados em tempo real, clique aqui.
Na Campanha de Vacinação contra a Poliomielite devem ser vacinadas, de forma indiscriminada, as crianças de um a quatro anos, com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico, aos 2, 4 e 6 meses de idade. O público estimado nessa faixa etária é de 391.034 crianças.
A gerente de imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), Arieli Fialho, explica que a vacinação contra a poliomielite é de extrema importância para evitar que novos casos da doença voltem a surgir no estado depois de tantos anos.
“Os últimos registros da doença em Santa Catarina foram em 1989 e, no Brasil em 1990, mas devido à baixa vacinação, estamos com um risco alto de reintrodução do poliovírus selvagem no país, o que nos preocupa. Por isso, é importante seguirmos vacinando para elevar as coberturas vacinais e criarmos uma barreira contra a doença”, finaliza.
Com relação à Campanha de Multivacinação para atualização da Caderneta de Vacinação de crianças e adolescentes até 14 anos de idade, até o momento, foram atualizadas 369.953 cadernetas.
DIVE emite alerta para o risco de reintrodução da poliomielite em Santa Catarina
Tendo em vista a recente confirmação de um caso de poliomielite paralítica em um adulto não vacinado, residente no Condado de Rockland, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, além da identificação de poliovírus em várias amostras de água residuais de comunidades próximas à residência do paciente, o que confirma a circulação e transmissão do poliovírus derivado da vacina nesses locais, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) emitiu um alerta para o alto risco de reintrodução da doença no Brasil e em Santa Catarina, devido às baixas coberturas vacinais. Confira a Nota de Alerta na íntegra aqui.
Até que a transmissão do poliovírus seja completamente interrompida, todos os outros países estão sob risco de receber casos importados de poliomielite. É o que acontece com 21 países, entre eles Estados Unidos da América, Israel, Moçambique e Reino Unido que, apesar de terem interrompido a transmissão autóctone do poliovírus selvagem, passam por episódios (surtos) de identificação do poliovírus selvagem ou derivado da vacina em amostras ambientais ou relacionadas a casos humanos. Além disso, a transmissão do poliovírus selvagem se mantém endêmica no Afeganistão e Paquistão. A única forma de prevenir a doença é com a vacinação.
Por esse motivo, em nota, a DIVE orienta que todos os serviços de saúde de Santa Catarina concentrem esforços na ampliação das coberturas vacinais, assim como na vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA).
Entre as estratégias que devem ser adotadas para a elevação das coberturas vacinais, estão: o funcionamento dos postos de vacinação em horário ampliado; o funcionamento dos postos de vacinação de forma ininterrupta, sem fechar no horário de almoço; o atendimento sem necessidade de agendamento; a não exigência de comprovante de endereço como critério para vacinação; a implantação de pontos de vacinação itinerantes e em locais de grande fluxo de pessoas (centros comerciais, shoppings, rodoviárias); a promoção de vacinação nas escolas; e a realização de busca ativa de não vacinados, entre outros.
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