Brasil pode ter até 29% da população obesa até 2030
Deste total, 33,2% serão mulheres e 25,8% serão homens
• Atualizado
Segundo o estudo realizado pelo Atlas Mundial da Obesidade em 2022 e divulgado pela Federação Mundial da Obesidade, é esperado que o Brasil viva com 29,7% da população adulta com obesidade até 2030. Deste total, 33,2% serão mulheres e 25,8% serão homens.
No cenário mundial, o número é ainda mais impactante. O estudo estima que mais de um bilhão da população adulta apresentará algum grau de obesidade nos próximos oito anos, o que representa 17,5% da população global. Dessa forma, a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de interromper o aumento desta condição na sociedade até 2025, não será atingida.
No Brasil, o relatório Vigitel 2021, realizado pelo Ministério da Saúde, constatou que a população com sobrepeso é de 57,25%, e o índice de obesidade ficou em 22,35%, números que obtiveram alta quando comparados a 2019, sendo 55,4% para quem está acima do peso e 21,55% para indivíduos com algum grau de obesidade.
Um dos principais fatores desse aumento dos casos de obesidade pode estar diretamente relacionado com a pandemia de Covid-19. Dados apontados na pesquisa realizada pelo Ipsos Global Advisor mostram que os brasileiros engordaram em, ao menos 6,5 kg desde 2020, deixando o Brasil em primeiro lugar no ranking de países que mais ganharam peso, com 31% de média global.
Para o Dr. José Afonso Sallet, cirurgião e diretor-médico do Instituto de Medicina Sallet, centro médico especializado no tratamento da Obesidade e Doenças Metabólicas, a obesidade afeta diversas pessoas ao redor do mundo e atua como uma doença crônica. “A prevalência crescente desta doença é considerada, em alguns países, como uma epidemia ligada à sociedade moderna. O impacto negativo deste problema afeta não somente o portador da doença, mas a sociedade de forma geral”, comenta.
“Atualmente, com números tão alarmantes, a comunidade médica e os governos estão preocupados com os índices cada vez mais crescentes de comorbidades”, relata o especialista. “Diante disso, iniciativas visando a conscientização da sociedade, que incluem campanhas de reeducação alimentar e incentivo à prática de exercícios físicos, tornaram-se comuns na mídia. As pessoas estão cada vez mais informadas sobre os riscos da obesidade e, muitas vezes, buscam soluções extremas para tratar este grande mal”, pontua.
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