Bebê que nasceu em parto prematuro extremo vai ter alta após 84 dias de internação
Ela nasceu pesando 495 gramas e com 22,5 centímetros após uma gestação de pouco mais de 26 semanas
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Um bebê que nasceu em parto prematuro extremo (com menos de 28 semanas de gestação) vai receber alta na próxima sexta-feira (19/5), após 84 dias de internação no Hospital da Unimed em Chapecó. A pequena Gabriela Bertoldo da Luz nasceu no dia 24 de fevereiro de 2023, pesando 495 gramas e com 22,5 centímetros, após uma gestação de 26 semanas e seis dias (ou cerca de seis meses).
O parto prematuro extremo ocorreu por meio de cesárea e precisou ser realizado antes do esperado por conta sinais de sofrimento fetal com fluxo sanguíneo insuficiente e grave restrição de crescimento. Após o nascimento, Gabriela precisou de assistência respiratória permanecendo quase dois meses intubada em ventilação mecânica, nutrição parenteral (infusão de nutrientes diretamente na corrente sanguínea), medidas de estabilidade térmica e prevenção de infecções, além de passar por dois procedimentos cirúrgicos.
“Estamos ansiosos para ir para casa, felizes por ela estar bem e esperamos para aproveitar a vida com nossa filha”, antecipa a mãe Jéssica Bertoldo de Oliveira, de 23 anos, que é atendente de farmácia e residente de Caçador. Grávida da primeira filha, Jéssica apresentou um quadro de pré-eclâmpsia, mesmo sem nunca ter observado problemas com hipertensão. Devido as alterações na ultrassonografia obstétrica ela recebeu a indicação da interrupção da gestação, para evitar o risco de óbito fetal.
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Prematuros extremos
De acordo com o especialista, em virtude dos avanços da assistência em saúde se observa com maior frequência pacientes prematuros extremos apresentarem melhor sobrevida. “Porém, ainda existe uma mortalidade elevada. Cerca de 75% dos prematuros de 26 semanas de idade gestacional não sobrevivem. Quanto menor a idade gestacional, maior a mortalidade. Além disso, prematuros abaixo de 27 semanas correm um grande risco de terem sequelas graves e permanentes. Atualmente o limite de viabilidade está em torno de 25 semanas de idade gestacional”, argumenta o pediatra e especialista em Medicina Intensiva Pediátrica, Dr. Alisson Piovezani.
Após a alta hospitalar esses bebês prematuros extremos precisam manter acompanhamento multidisciplinar. Como exemplos, Dr. Piovezani cita atuação do neurologista pediátrico para avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor, do oftalmologista para acompanhar o desenvolvimento da visão, do pediatra para analisar o peso e o desenvolvimento global, além de fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
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