Aquecimento global pode deixar o arroz tóxico; entenda
O grão tende a acumular mais arsênio inorgânico em cenários futuros de clima extremo
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À medida que o aquecimento global avança, o arroz — base da alimentação de mais da metade da população mundial — pode se tornar um vilão silencioso na saúde pública. Um estudo publicado na revista The Lancet Planetary Health revela que o grão tende a acumular mais arsênio inorgânico em cenários futuros de clima extremo.
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Durante quase dez anos, pesquisadores conduziram experimentos ao ar livre no sul da China para simular as condições do planeta diante do aumento de dióxido de carbono (CO₂) e da temperatura global.
O resultado preocupa: o arroz cultivado sob essas condições mostrou níveis mais altos de arsênio, metal pesado altamente tóxico ligado a diversos problemas graves de saúde.
A relação entre o arroz tóxico e as mudanças climáticas
O estudo mostra que a elevação das temperaturas e do CO₂ altera a química dos solos alagados onde o arroz costuma ser plantado. Essas mudanças favorecem a absorção do arsênio inorgânico pelas plantas.
A substância é considerada perigosa e está associada ao desenvolvimento de câncer de pele, pulmão e bexiga, além de doenças cardíacas, diabetes, problemas no sistema imunológico e prejuízos no desenvolvimento infantil.
A situação é especialmente crítica em países da Ásia, como China, Índia, Bangladesh, Vietnã, Indonésia, Tailândia e Filipinas, onde o arroz é parte central da dieta e já responde por grande parte da exposição humana ao contaminante.
Estudos anteriores já apontavam essa ligação, mas os novos dados ampliam o alerta. Se nenhuma medida for tomada, milhões de pessoas podem estar em risco até 2050.
Para conter esse cenário, os cientistas defendem mudanças urgentes nas práticas agrícolas, investimento em políticas públicas para adaptação climática e monitoramento constante da qualidade do solo e dos alimentos.
Segundo os pesquisadores, o arroz — tão essencial em tantas culturas — pode, sem intervenção, deixar de ser sinônimo de sustento e se tornar uma ameaça invisível no prato do dia a dia.
*As informações são do SBT News.
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