Alzheimer: saiba sobre a principal causa da doença que afeta milhares de pessoas
Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas
• Atualizado
No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas. Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e a 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população. Esse cenário mostra que a doença caracteriza uma crise global de saúde que deve ser enfrentada.
Conforme o médico neurologista Eduardo Bergamaschi, membro da Associação Brusquense de Medicina – ABM, a doença de Alzheimer é neurodegenerativa, ou seja, existe uma perda progressiva de neurônios do sistema nervoso central causada pelo acúmulo anormal de algumas proteínas no cérebro, conhecidas como beta-amilóide e proteína TAU.
“Não se sabe exatamente qual a causa do acúmulo destas proteínas, mas acredita-se que esse seja o processo que leva à perda de neurônios na doença de Alzheimer, que tende a ter um curso progressivo”, diz o especialista.
É importante destacar que o Alzheimer, normalmente, é uma doença esporádica, que acontece ao acaso, e não uma doença hereditária. Existem casos raros de doença de Alzheimer hereditária, em que um dos pais transmite um gene anormal para os filhos e isso causa a doença.
“Na maioria das vezes, não é essa transmissão hereditária que acontece, a doença se desenvolve ao acaso ou esporadicamente, então sim, pode acontecer em qualquer pessoa e não apenas naqueles que tem história familiar de doença de Alzheimer. Ainda assim, existem alguns genes que aumentam o risco de desenvolver a doença, mas sozinhos não são suficientes para causá-la; por isso, a doença de Alzheimer é mais comum em pessoas que têm familiares acometidos”, explica o médico.
Sintomas
A Doença de Alzheimer, normalmente, inicia pelo comprometimento da memória episódica, ou seja, a memória mais recente. Então, são pessoas que têm dificuldade para gravar informações novas, têm dificuldade para se lembrar do que alguém falou ou que esquecem as coisas facilmente.
Existem outras formas menos comuns de apresentação da Doença de Alzheimer, como quando a pessoa começa com alterações comportamentais, comprometimento da linguagem ou com dificuldades do que chamamos de “habilidades visuoespaciais”, que são aquelas funções do cérebro responsáveis por orientar o nosso corpo com relação ao espaço, perceber a organização do espaço com relação a nós mesmos.
“Sempre que alguém achar, ou os familiares acharem, que a pessoa está desenvolvendo alguma dificuldade de memória, está ficando mais esquecida, com mais dificuldade para lembrar das coisas, está com alguma alteração de comportamento ou de alguma outra função cognitiva, por exemplo, a linguagem, as habilidades visuoespaciais, dificuldades de raciocínio, com raciocínio mais lento, com comportamento estranho ou com comportamento diferente, é interessante que se busque atendimento médico para esclarecer o que está acontecendo. Não necessariamente vai ser Doença de Alzheimer, o diagnóstico diferencial é muito extenso e, por isso, precisa ser avaliado por um especialista”, analisa Bergamaschi.
Tratamento
A Doença de Alzheimer tem tratamento, sim, explica o neurologista Eduardo Bergamaschi. Segundo ele, não existe tratamento curativo, ou seja, não há ainda um tratamento que faça a doença desaparecer ou o cérebro voltar a ser como ele era antes, mas existem diversos tratamentos que são específicos para a Doença de Alzheimer.
“São medicamentos que fazem com que a progressão da doença, a velocidade com que aumentam os problemas cognitivos, se torne mais lenta, de forma a preservar o melhor possível a cognição da pessoa pelo máximo de tempo possível. Além disso, existe o tratamento sintomático de algumas questões que podem aparecer, como problemas comportamentais como depressão, ansiedade, dificuldade para dormir, entre outras situações que também podem ser tratadas”, explica.
Dicas
Existem algumas atividades que as pessoas podem fazer para reduzir o risco de desenvolver a Doença de Alzheimer ou outros quadros de demência de forma geral, pois diversas ações que fazemos durante a vida já mostraram, através de estudos científicos, levar a uma redução de risco de desenvolver demência no futuro. Entre essas atividades estão, por exemplo, ter uma maior escolaridade, estudar mais, ter atividades intelectuais que estimulam o cérebro, como ler e aprender coisas novas; atividades físicas também mostraram uma redução do risco de desenvolver demência, bem como uma dieta mais equilibrada, principalmente, a dieta mediterrânea, com mais verduras e frutas, e menos alimentos gordurosos e muito ricos em açúcares.
“O tratamento de fatores de risco cardiovasculares como hipertensão, diabetes, entre outros, também reduzem o risco de desenvolver demência no futuro e, além disso, algumas outras atividades como interação social e ter atividades de lazer, que também estimulam o cérebro e fazem com que ele se torne mais resistente”, finaliza o neurologista.
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