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ÉÉÉ... ESQUECI!

Stress é principal causador da falha na memória, aponta pesquisa da UFSC

Queixas de memórias, que chamamos genericamente de “esquecimentos” são cada vez mais frequentes entre jovens e adultos

• Atualizado

Redação

Por Redação

Esquecer de comprar o pão, onde deixou a chave, uma reunião na escola, o nome de um colega ou onde guardou um documento. Se você já passou por situações como estas ou se vem passando de forma mais frequente, saiba que não está sozinho. Essas queixas de memórias, que chamamos genericamente de “esquecimentos” são cada vez mais frequentes entre jovens e adultos, com prevalência entre idosos, de acordo com a neuropsicóloga do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), Rachel Schlindwein-Zanini.

Segundo ela, estes “esquecimentos” podem ser provocados por uma série de fatores. “Podem ser provocados por excesso de tarefas e estresse (que interfere no metabolismo e na liberação do cortisol), pela quantidade insuficiente de sono (ou pelo sono de má qualidade). Outros fatores que concorrem para as falhas de memória são os déficits de atenção, a depressão, as alterações hormonais, a ansiedade, o uso de drogas e a alimentação pobre em vitaminas (em especial do complexo B, E, C), em ômega 3 e cálcio”, explicou, em artigo publicado na revista Scientifc American Mente & Cérebro.

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A especialista, que é doutora em Ciências da Saúde e Neurociência, explicou que o cérebro funciona como uma orquestra, com cada parte ajudando com seus acordes e as funções da linguagem geralmente são relacionadas ao lobo temporal, especialmente o hipocampo, que é importante na formação das memórias explícitas, enquanto outras partes do cérebro, como o estriado, a amígdala e o nucleus accumbens, ficam mais dedicados à formação das memórias implícitas.

Conforme a neuropsicóloga, a ciência tem mecanismos para saber sobre a situação da memória, por meio de avaliação neuropsicológica, realizando testes, tarefas e análises de imagens para investigar alterações cognitivas que podem ser decorrentes de transtornos mentais e neurológicos, como a doença de Alzheimer, epilepsia, AVC, TCE, esclerose múltipla, por causas metabólicas ou infecciosas, como sequelas da Covid-19, entre outras.

“Sabemos que a formação das memórias precisa de mudanças morfológicas nas sinapses (transmissão do sinal elétrico entre neurônios). Isso significa que, mesmo no caso de pessoas sadias, ligações antigas precisam ser fortalecidas e novas sinapses necessitam ser desenvolvidas e consolidadas, pois uma memória “frágil” desaparece facilmente. Ou seja, se quer se lembrar de algo, repita, repita e repita”, ensina a neuropsicóloga.

Ela acrescenta que nem todo esquecimento é maléfico. “Há momentos em que é preciso esquecer para recordar mais e melhor, seja pela dor que uma lembrança provoca ou com a finalidade de abrir caminho em meio a conteúdos já dispensáveis em nosso cotidiano, para armazenar e evocar algumas informações mais úteis no momento, um processo um pouco semelhante ao computador, que precisa de espaço no HD para novos arquivos”, finalizou.

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