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Sem acesso ao absorvente

Pobreza menstrual afeta 40% das brasileiras de baixa renda

Nesta semana, o Senado aprovou um projeto que prevê a distribuição gratuita de absorventes higiênicos

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Freepik | Banco de Imagens
Foto: Freepik | Banco de Imagens

Uma pesquisa feita entre abril e maio deste ano mostra que 4 em cada 10 brasileiras de baixa renda não têm acesso ao absorvente durante o período menstrual. O estudo ouviu 814 mulheres de baixa renda entre 14 e 45 anos; 28% são afetadas diariamente pela chamada pobreza menstrual, 40% são adolescentes ou jovens entre 14 e 24 anos.

Além disso, 16% afirmam que deixam de ir à escola no período menstrual porque o banheiro é muito sujo e 12% faltam às aulas por não terem absorventes, nem mesmo improvisados, como papel higiênico, jornais, sacolas plásticas e até miolo de pão.

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Nesta semana, o Senado aprovou um projeto que prevê a distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes de baixa renda, mulheres em situação de rua e presidiárias, podendo ser incuídos nas cestas básicas distribuídas pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar. A lei ainda precisa da assinatura do presidente Jair Bolsonaro.

“Primeiro passo”, diz Marília Arraes sobre distribuição de absorventes

O Congresso aprovou nessa terça-feira (14) a distribuição de absorvente para meninas e mulheres de baixa renda no país. Com a medida, que aguarda agora a sanção presidencial, alunas da rede pública em vulnerabilidade econômica, mulheres em situação de rua, meninas que cumprem medidas socioeducativas e presidiárias poderão receber itens para suporte durante a menstruação. A medida é vista como um primeiro passo pela autora do projeto, a deputada Marília Arraes (PT-PE), que defende a distribuição gratuita de absorventes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao SBT News, a congressista afirma que a intenção do projeto era disponibilizar os itens de cuidado íntimo a todas as mulheres “via posto de saúde, assim como é o programa de distribuição de preservativos”, mas que o texto acabou passando por alterações dentro da Casa Legislativa. Arraes destaca, no entanto, que o programa reduzirá desigualdades educacionais entre as mulheres.

“Pesquisas apontam que uma a cada quatro meninas já faltou aula porque não teve acesso a absorvente. E no dia a dia, a gente escuta muitos professores dizendo que compram absorventes para levar pras escolas para dar às suas alunas, e isso gera uma desigualdade ainda maior entre meninos e meninas, é algo que deve ser combatido”, declara a deputada. 

A parlamentar também defende um maior investimento em políticas públicas para a saúde de mulheres, e destaca que o orçamento destinado à aquisição de absorventes não é tão grande quanto a necessidade do grupo, frente aos valores disponibilizados para saúde pública.

“A gente vai gastar aproximadamente R$ 85 milhões por ano com essa política pública que é pouquíssima. E se a gente fosse atender todas as alunas, independentemente de serem inscritas no CadÚnico, o custo seria de R$ 350 milhões, que também é muito pouco. E para chegar a todas as mulheres, o custo aproximado é de R$ 1 bilhão”, defende Arraes.

“Eu acredito que, a partir do momento que a gente consegue essa conquista de agora, a gente vai conscientizando as outras mulheres e meninas para lutarem pelos seus direitos”, conclui a deputada.

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