Trabalhadores da coleta de lixo em Lages entram em greve por falta de segurança nos caminhões
Segundo os coletores, a paralisação foi um "basta" após um acidente nesta segunda-feira (27)
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Os trabalhadores da CTA Empreendimentos Eireli, empresa terceirizada responsável pela coleta de lixo domiciliar em Lages, entraram em em greve na manhã desta terça-feira (28). A paralisação, que afeta grande parte dos cerca de 89 funcionários, não é motivada por questões salariais, mas sim pela falta de segurança e manutenção precária dos caminhões utilizados no serviço.
A reportagem da Rádio Clube de Lages esteve na sede da empresa, no bairro Popular, onde conversou com os trabalhadores. Segundo os motoristas e coletores, a paralisação foi um “basta” após um caminhão compactador sofrer um acidente na última segunda-feira (27) por falta de freios.
O motorista José, que se envolveu no acidente, relatou que o caminhão já estava com problemas nos freios, mas a empresa autorizou a saída.
“Acabamos batendo no muro ali, falta de freio. E ele [a direção da empresa] sabe qual é a situação,” afirmou.
Outros motoristas, como Rafael, confirmaram que a maioria dos caminhões apresenta problemas sérios de manutenção, incluindo falhas nos freios e na parte elétrica.
“Tem risco até de vida, né? A gente está coletando na chuva e está se molhando, porque daí o vidro não sobe, nem desce, porque está quebrado,” detalhou.
Os coletores também manifestaram preocupação com a segurança, afirmando que a manutenção da estrutura é precária. Gilmário, um dos coletores, resumiu o sentimento.
“A gente sai de casa, mas o cara não sabe se vai voltar, né? Eles só querem que a gente chegue, trabalhe no caminhão, pode estar sem freio, pode estar caindo de pedaço, ele manda a gente e quer que a gente faça a rota daquele jeito.”
Outra queixa levantada é a jornada de trabalho, que, segundo os relatos, está muito estendida, chegando a 12 horas.
Posicionamento da Prefeitura e Semasa
A Prefeitura de Lages, por meio da Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa), informou em nota oficial que está tomando as providências necessárias para resolver o impasse.
A prefeita Carmen Zanotto e a diretora-presidente da Semasa, Paula Granzotto, convocaram uma reunião de colegiado emergencial para encontrar uma solução.
Paula Granzotto afirmou que a Prefeitura exige que a empresa cumpra o contrato vigente, que se estende até 10 de dezembro de 2025. Caso haja descumprimento, será cobrada uma multa de 10% do valor total do contrato, o que representaria R$ 1 milhão.
A diretora-presidente da Semasa demonstrou apoio à reivindicação dos trabalhadores:
“A Prefeitura entende que não podemos deixar a empresa continuar nos prestando serviço desta forma, sem oferecer segurança aos seus colaboradores. Por isso nossos fiscais notificaram e exigiram que os caminhões passem por uma revisão e manutenção completa antes de dar continuidade aos serviços,” disse Paula Granzotto.
A Semasa já havia emitido diversas notificações à CTA por descumprimento de regras e informou que um processo licitatório para a contratação de uma nova empresa já está em andamento para atuar a partir de dezembro. Um plano alternativo para a coleta emergencial será executado caso a CTA não volte a operar.
Confira nota na íntegra:
Nota Oficial
A Prefeitura de Lages, por meio da Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa), informa à população que está tomando todas as providências necessárias para resolver o impasse instalado na coleta de resíduos domiciliares no município após a paralisação de alguns funcionários da empresa CTA Empreendimentos Eireli, anunciada nesta terça-feira (28 de outubro). A empresa presta o serviço ao Município de forma terceirizada.
Após tomar conhecimento do ocorrido, a prefeita Carmen Zanotto, juntamente com a diretora-presidente da Semasa, Paula Granzotto, convocou uma reunião de colegiado, com a presença de todos os secretários municipais, para que juntos fosse encontrada uma solução emergencial.
A empresa CTA, que opera na coleta de resíduos em Lages possui um contrato com o Município que se estende até o dia 10 de dezembro de 2025, e o mesmo deve ser cumprido. Em caso de descumprimento, será cobrada uma multa de 10% do valor total do contrato, que seria de R$ 1 milhão.
Os funcionários da empresa alegam que o principal motivo da paralisação dos serviços se dá pela falta de segurança na rotina de trabalho, com caminhões atuando de forma precária e com falta de manutenção. “A Prefeitura entende que não podemos deixar a empresa continuar nos prestando serviço desta forma, sem oferecer segurança aos seus colaboradores. Por isso nossos fiscais notificaram e exigiram que os caminhões passem por uma revisão e manutenção completa antes de dar continuidade aos serviços”, informa a diretora-presidente.
Paula Granzotto explica ainda que, há um bom tempo, desde que a nova gestão assumiu a administração municipal, a empresa não vem prestando um bom serviço, causando alguns transtornos tanto à prefeitura quanto à própria população. Fiscais da Semasa já emitiram várias notificações por descumprimento de regras à empresa. “Reafirmamos o compromisso com a população sobre a seriedade do nosso trabalho, deixando as pessoas mais tranquilas quanto ao cumprimento da coleta nos próximos dias. Temos um plano alternativo para executar, caso a empresa não volte a operar, mas esperamos que a empresa cumpra o seu contrato até o final”, afirma a diretora-presidente.
Um processo licitatório para a contratação de uma nova empresa, após o dia 10 de dezembro, já está em andamento. A expectativa é de que a nova empresa atue de forma correta e satisfatória, como estrutura adequada para seus colaboradores.
Confira vídeo dos trabalhadores em greve
Confira pronunciamento da Prefeitura
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