Projeto visa implantar trem turístico-cultural na antiga linha férrea da Serra Catarinense
O trecho desativado, abre uma grande oportunidade para o turismo do desenvolvimento regional
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A possibilidade de um novo atrativo turístico e cultural para a Serra Catarinense começou a ser desenhada na última quarta-feira (24). Representantes da Agência de Desenvolvimento da Região dos Lagos (ADREL), gestores públicos e especialistas em transporte ferroviário se reuniram na sede da Amures para debater a implantação de um trem turístico e cultural na linha férrea que conecta os municípios de Lages, Capão Alto e Vacaria.
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O trecho em questão, atualmente sob concessão da Rumo Logística, teve suas operações desativadas pela empresa, abrindo uma grande oportunidade para o desenvolvimento do turismo regional. A diretora executiva da ADREL, Elisa Lima, destacou o momento estratégico para a região.
“Entendemos que o trem é uma atração para nossa cidade”, afirmou, explicando que a agência buscou contato com representantes da Rumo e com a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, para explorar as possibilidades de manter o trem nos trilhos com foco no turismo.
A iniciativa é vista como um potencial produto turístico que integraria os três municípios e dois estados, considerando que o trajeto entre Escurinho (SC) e Fazenda Socorro (RS), em Vacaria, é considerado um dos mais belos, com seus túneis e paisagens. Elisa também mencionou o potencial da Fazenda Socorro, um local histórico de 1689, como um atrativo adicional. Embora a prioridade seja o trem turístico, a diretora da ADRIEL vê uma possibilidade futura de retorno do transporte de cargas na linha.
Durante a reunião, foram discutidos os requisitos e documentos necessários para a operação do trem turístico, com a segurança dos passageiros sendo apontada como prioridade pela Rumo. O gerente de relações institucionais da Rumo, Marcelo Artur Friedler, participou do encontro, assim como secretários de turismo de Vacaria, Capão Alto e Lages, e o presidente da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Marlon Ilg.
Marinho Mota, assessor de turismo da Amures, expressou o entusiasmo dos presentes com a possibilidade de repensar o uso da malha ferroviária. Ele explicou a importância do turismo ferroviário para a preservação do patrimônio histórico e cultural, além de seu potencial para reaquecer a economia local.
“É de extrema importância manter vivo o turismo ferroviário na Serra Catarinense”, enfatizou Marinho, listando benefícios como a valorização da história, o desenvolvimento econômico, a geração de empregos, a descentralização do turismo e a sustentabilidade. Ele também destacou o potencial para o turismo de experiência, um setor em crescimento no Brasil, que se beneficiaria do contato direto com a natureza e as paisagens da região.
Como próximos passos, o grupo decidiu iniciar a coleta de documentos técnicos e jurídicos para a elaboração de um projeto de viabilidade. Uma vistoria da Rumo Logística no trecho entre Lages e Vacaria também será solicitada para avaliar as condições de segurança da linha. O projeto deverá abordar aspectos como o fluxo de passageiros, possíveis roteiros turísticos, as estações a serem utilizadas, a composição do trem, a responsabilidade pela manutenção e operação, e a análise de riscos.
A expectativa é otimista, e se os prazos forem cumpridos, o trem turístico poderá realizar sua primeira viagem já na próxima primavera, impulsionando a memória, a arte e a identidade da rica história da Serra Catarinense.
Matéria em colaboração com o repórter Rodrigo Silvério
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