“Prefiro apodrecer na cadeia, se eu for culpado”, diz prefeito de Lages em interrogatório
Antonio Ceron negou todas as acusações apontadas contra ele
• Atualizado
O segundo dia de audiência da Operação Mensageiro, realizado em Lages, teve 12 horas de duração ao encerrar com o interrogatório do prefeito afastado, Antonio Ceron. Nesta terça-feira (18), o político, que se tornou réu da investigação, negou todas as acusações apresentadas contra ele e declarou: “Prefiro apodrecer na cadeia, se eu for culpado”.
O prefeito reeleito da cidade afirmou à desembargadora encarregada da operação e aos representantes do Ministério Público que, durante o processo, não encontrou nenhuma acusação com provas concretas, apenas narrativas. Além disso, ele declarou que “100% das acusações são falsas”.
Antonio Ceron mencionou que conhecia o dono da empresa Serrana há mais de 30 anos, mas também negou qualquer relação de amizade com ele. O prefeito explicou que os contratos passavam pelo seu gabinete após o processo licitatório, mas ressaltou que nunca o dono da Serrana ou qualquer outro empresário havia se aproximado dele para tratar de licitações.
Segundo ele, tanto Antonio Cesar Arruda quanto Eroni Delfes, ambos ex-secretários e também réus na operação, não conversavam com ele sobre as licitações. Ele afirma que sabia das licitações pois tinha acesso a uma relação dos processos licitatórios em andamento. Ceron declarou que, em todos os lugares por onde passou, deixou um histórico de honestidade, afirmando: “Quem me conhece não teria coragem de fazer uma oferta assim para mim”.
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Prefeito também negou reuniões com secretários e dono da Serrana Engenharia
Um promotor do Ministério Público apresentou informações indicando que no celular apreendido de Antonio Ceron, pelo menos cinco reuniões ocorridas entre 2018 e 2021 foram registradas, onde continham o nome de secretários municipais de Lages e do proprietário da Serrana Engenharia. No entanto, Antonio Ceron afirmou desconhecer tais reuniões.
O funcionário do MP declarou que as reuniões foram registradas com títulos como “Serrana Engenharia – Aterro”, “Reunião Licitação Coleta de Lixo”, “Reunião sobre o Lixo”, entre outros. Segundo ele, todas as reuniões mencionavam os nomes dos participantes, incluindo secretários municipais e de outros agentes públicos.
O prefeito afirmou que não organizava reuniões para discutir licitações e alegou desconhecer qualquer encontro marcado com as pessoas mencionadas na agenda de seu celular, que foi apreendido.
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