Prefeito de Lages teria recebido ‘mesada’ de R$ 50 mil de empresa investigada na Operação Mensageiro
Antonio Ceron teria dificultados as investigações e recebido propina
• Atualizado
Alvo da Operação Mensageiro, o prefeito de Lages, Antônio Ceron (PSD), teria recebido uma suposta ‘mesada’ de R$ 50 mil do Grupo Serrana, conforme apontam as investigações do Ministério Público em conjunto com o GAECO e o GEAC. A informação consta no despacho emitido pela desembargadora Cinthia Schaefer na última quarta-feira (15), onde converteu a prisão preventiva em domiciliar do ex-chefe do executivo da cidade serrana.
Leia Mais
A decisão cita que Ceron pode ter recebido milhões de reais em propina, ao longo dos últimos anos, com as supostas mesadas divididas com os secretários mais próximos, além de possíveis bônus oriundos da empresa investigada, que executa trabalhos no setor de coleta de lixo.
A desembargadora afirma, no documento, que o então prefeito de Lages teria tido conhecimento das investigações e, junto com os outros investigados, teria solicitado receber o dinheiro de forma adiantada para, supostamente, dificultar as investigações.
O despacho ainda relembra que o contrato com a empresa e a prefeitura de Lages foi renovado recentemente. Segundo ele, há “indícios de superfaturamento” e mostra em Antonio Ceron “seu forte poder político e possível desprezo com as investigações”. O último acordo foi firmado em R$ 5 milhões, em dezembro de 2022, e segue em vigor até junho de 2023.
Leia Mais
O que diz a defesa de Antonio Ceron e a Serrana Engenharia
Procurada pela reportagem da Rádio Clube de Lages, a defesa de Antonio Ceron afirmou que o processo corre em segredo de justiça e, por isso, não vai se manifestar. Ressaltou, ainda, que “o prefeito Ceron tem 78 anos. Vida pessoal e pública irreparável. Ao final será demonstrada a sua inocência”. Questionada sobre o estado de saúde e onde está residindo, comunicou que o prefeito está em Lages sob cuidados médicos e amparado pela família.
A equipe do Portal SCC10 entrou em contato com a Serrana Engenharia, que informou que os processos correm em segredo de justiça e, por esse motivo, não vai se manifestar.
Entenda a operação
A Operação foi deflagrada no início de dezembro de 2022 para apurar a suspeita de fraude em licitações, casos de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta de lixo em Santa Catarina. Na ação, 20 municípios são investigados. Em Lages, o prefeito e três secretários foram presos preventivamente.
Segundo o MP, a operação contra fraudes na coleta de lixo ocorreu nos municípios: Joinville, Três Barras, Mafra, Brusque, Imbituba, Campo Alegre, Pien (PR), Lages, Pescaria Brava, Canoinhas, Laguna, Imaruí, Braço do Norte, Tubarão, Capirvari de Baixo, Agrolândia, Apiúna, Ibirama, Presidente Getúlio, Três Barras, Corupá, Itapoá, Barra Velha, Schroeder, Guaramirim, Papanduva, Balneário Barra do Sul, Major Vieira, Canoinhas e Bela Vista do Toldo.
A operação é comandada pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) do Ministério Público de Santa Catarina.
Assista à reportagem:
>> Para mais notícias, siga o SCC10 no Twitter, Instagram e Facebook.
Quer receber notícias no seu whatsapp?
EU QUERO