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Caiu!

Por que Lages caiu do ranking de cidades mais populosas de SC?

O tamanho populacional de Lages caiu do oitavo para o décimo lugar entre as maiores cidades do Estado

• Atualizado

Carolina Sott

Por Carolina Sott

Foto: MSM Imagens Aéreas
Foto: MSM Imagens Aéreas

Dados divulgados pelo Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quarta-feira (28) mostram que o município de Lages, na Serra Catarinense, caiu de posição no ranking das maiores cidades de Santa Catarina. Por trás deste dado, estão vários fatores que podem ajudar a explicá-lo.

Conforme o estudo, a população da cidade serrana foi de 156.727, em 2010, para 164.981, em 2022. Apesar desse aumento, o tamanho populacional de Lages caiu do oitavo para o décimo lugar entre as maiores cidades do Estado, sendo ultrapassada por Palhoça e Jaraguá do Sul.

O coordenador do Censo 2022 de Lages, Paulo Peruzzo, afirmou ao Portal SCC10 que ainda não é possível estabelecer causas oficiais da queda do município, mas entende que fatores como políticas públicas e o incentivo à iniciativa privada podem estar relacionados aos números obtidos.

“Os municípios que ultrapassaram Lages tiveram uma taxa de crescimento de 2 a 4% ao ano. Essas cidades tiveram melhores políticas públicas e incentivos de iniciativas privadas com mais ênfase do que na cidade serrana”, disse Paulo.

Ele também ressalta que, mesmo com a queda da cidade no ranking, isso não indica necessariamente uma redução na arrecadação. “Lages já está na maior faixa do Fundo de Participação dos Municípios, pois já passou de 157 mil habitantes. Isso faz, talvez, com que tenhamos a tranquilidade de ter o mesmo recurso de uma cidade com 500 ou 600 mil habitantes”.

Conjunto de fatores

Embora não haja uma resposta oficial com base em estudos, a reportagem ouviu opiniões de especialistas para tentar levantar hipóteses dos motivos da queda de Lages no ranking, com base nas últimas pesquisas, projeções e fatores.

O doutor em Educação e especialista em Geografia do Brasil, Cristian Roberto Antunes de Oliveira, destaca que o crescimento da população pode ser influenciado por uma variedade de fatores e circunstâncias, incluindo taxas de natalidade, mortalidade, migração, desenvolvimento econômico, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e investimentos em infraestrutura.

Com relação à queda de Lages no ranking, ele conta que “isso pode ter ocorrido não só porque não teve um grande aumento populacional, mas também porque cidades como Jaraguá do Sul e Palhoça foram municípios que tiveram desenvolvimento um pouco maior de acordo com suas atividades econômicas. Isso faz com que as pessoas acabem migrando para cidades com maior ascensão e poder aquisitivo”.

De acordo com ele, apesar de Lages ter caído para a décima posição no ranking das cidades mais populosas de Santa Catarina, os dados revelam que a população atual superou as projeções feitas antes da divulgação do Censo 2022.

“Considero que o resultado da pesquisa foi surpreendente, por conta da estimativa do IBGE, pois traçava que a população lageana em 2021 estivesse na casa de 158 mil habitantes, no entanto, foram quase 8 mil moradores a mais do que havia se projetado. Precisamos considerar estes dados para projetar o nosso município, mas não deixar de analisar que houve, sim, um crescimento populacional”, completou Cristian.

Fabiano Ventura dos Santos, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon) de Lages e professor de Engenharia Civil, destacou que a preferência dos migrantes é por áreas litorâneas, resultando em uma diminuição da população em Lages.

“Os municípios que nos passaram, Palhoça e Jaraguá do Sul, estão no litoral e todo o país tem essa tendência de litoralização da população. As duas cidades cresceram muito acima da média por, além de estarem no litoral, estão ao lado de dois grandes centros, como Florianópolis e Joinville”, avalia.

Conforme apontado pelo professor, em termos gerais, as regiões apresentaram crescimentos semelhantes, porém os números também evidenciam a carência de políticas públicas em Lages.

“Nós carecemos de políticas que tanto segurem a nossa população lageana na cidade, quanto atraiam moradores de outras regiões para cá. Se você comparar com o restante do Estado, vai ver que os crescimentos foram parecidos, como as regiões da Serra e do Oeste, que têm muito poucos municípios com um crescimento na faixa das cidades que nos passaram”, disse.

O prefeito em exercício de Lages, Juliano Polese, avalia que os resultados foram positivos. “Lages tem crescido muito em função dos investimentos que têm sido feitos aqui, seja de empresas, como a Berneck, ou da ampliação de empresas locais que vêm fazendo investimentos. Mais importante que a colocação, nossos objetivos estão na qualidade de vida e redução no índice que mostra desigualdade de renda das pessoas”.

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