“Me sinto preparado para exercer essa função” afirma Lio Marin, pré-candidato a prefeito de Lages

Dando continuidade nas entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Lages, o entrevistado desta sexta-feira (21) foi o promotor aposentado Lio Marin (Podemos).

O que fez o pré-candidato Lio Marin decidir disputar a prefeito de Lages? 

Primeiro eu vou pedir licença antes de responder o porquê, eu quero dizer quem é o Lio Marin. O Lio Marin é um sujeito que veio para Lages há mais de quarenta e cinco anos, que trabalhou a vida toda, estudou, que aqui em Lages veio com a sua família em busca de melhores condições de vida, trabalhou como açougueiro, trabalhou como motorista, como entregador de rancho, foi estudar, foi garçom, foi vendedor para ajudar a família, se formou, foi advogado durante cinco anos aqui em Lages, fez concurso para promotor de justiça do Ministério Público, fui aprovado na primeira prova que fiz e fiz uma carreira no Ministério Público exitosa, porque eu ocupei os principais cargos dentro da instituição. Dentre eles, eu quero destacar o de secretário geral, posteriormente, eu fui eleito presidente da nossa associação que me deu também uma bagagem política porque eu acompanhava toda a tramitação de projetos de lei e interesse do Ministério Público e da sociedade em geral tanto na Assembleia Legislativa quanto no Congresso Nacional. Então isso me deu um conhecimento do funcionamento da estrutura política e posteriormente como vocês também relataram eu fui procurador geral de justiça que é o cargo máximo da instituição é o chefe dos promotores e procuradores de justiça. E aí nessa função eu tive a oportunidade, além de de o procurador geral ser a pessoa que tem atribuição para processar autoridades com prerrogativa de fórum, prefeitos, deputados, governadores, secretários, enfim, essas essas autoridades eu também administrei o Ministério Público, é o ordenador de despesa, é aquele que decide quais os rumos que o Ministério Público caminha. E para que as pessoas entendam o Ministério Público é um órgão enorme, gigante, ele tem sede em 112 comarcas em cidades do estado de Santa Catarina. Então isso nos deu bagagem, nos deu conhecimento para aceitar um desafio que é gerir a prefeitura de Lages, então isso nos deu conhecimento para aceitar um desafio que é gerir uma prefeitura como Lages, me sinto preparado para exercer essa função.

Qual o seu conhecimento para a cidade, sobre os bairros, sobre as prioridades?

Eu moro em Lages fazem 45 anos, aqui eu estudei, trabalhei, peguei transporte público, morei nos bairros Boqueirão, São Cristóvão, Santa Mônica, Brusque, entreguei rancho em muitos bairros da cidade então conheço um pouco disso e eu fui promotor de justiça por 20 anos em Lages então circulava pela cidade de Lages. Fui promotor da defesa do consumidor e participei de muitas operações em diversos bairros e locais para acompanhar a qualidade dos produtos que são vendidos nos mercados, para acompanhar estabelecimentos, então sempre rodei nos bairros. Agora como pré-candidato tenho circulado por todos os bairros para ouvir as pessoas, visitando todos os lugares que me convidam para ir justamente para ter mais bagagem e conhecimento para essa função.

Tem algum partido que possa fazer parte deste projeto com Lio Marin?

Todos os partidos podem fazer parte deste projeto, desde que eles comunguem com nossos valores e propostas, todos podem fazer parte e todos são muito bem vindos. A gestão de um município não se faz sozinha, se faz com muitas pessoas. Vamos trabalhar com os nossos valores, com o cargo de independência de prefeito. Todos aqueles que quiserem contribuir, que tem um projeto para Lages, que comunguem com o nosso projeto será bem vindo.

O PSD, partido da atual administração, pode estar junto com o seu partido nesta candidatura?

Estamos conversando, já fui convidado por diversos pré-candidatos do PSD, já participei de reuniões com eles e nós estamos avaliando isso. Hoje, cada partido está ainda montando a sua campanha, nós sabemos que o Juliano Polesse é o candidato da prefeitura, é o vice-prefeito, é legítima a candidatura dele, mas vamos conversar com o PP e também com as outras siglas, vamos tentar unir esse pessoal, somar forças e fazer um projeto bom para a prefeitura de Lages.

Alguns comentários que estão circulando pela cidade dizem que existe uma relação política de Lio Marin com o Raimundo Colombo, existe essa aproximação?

O Raimundo Colombo sempre foi amigo do meu pai, trabalharam inclusive sempre nas mesmas siglas partidárias. Quando eu fui eleito procurador geral de justiça, tradicionalmente aqui em Santa Catarina a escola é feita pelos mais votados, então foi por este motivo que o governador me escolheu, e claro que nas funções a gente tem uma relação inconstitucional e acaba tendo uma relação pessoal. Então, nós nos conhecemos, nós sabemos dos nossos valores, temos muitas coisas em comum, então eu não tenho como recusar o apoio e a orientação de uma pessoa com conhecimento, com a qualidade e com a experiência política do Raimundo Colombo, que já foi três vezes prefeito, senador, deputado estadual, federal, governador do estado, então para mim ele é uma pessoa que eu ouço e quero muito que ele me ajude neste projeto.

Como seria a sua administração no município? O que o senhor faria de diferente caso eleito prefeito?

Tem muita coisa para se fazer, primeiro eu acho que nós temos que modernizar, temos que inovar a prefeitura de Lages. Hoje nós vivemos a era da inteligência artificial, e alguns setores em Lages ainda estão na era analógica, então nós temos que usar a tecnologia a favor do cidadão. Tem várias aplicações da tecnologia, desde digitalização dos documentos para que você tenha acesso a informação rápida, para que a pessoa quando vai buscar uma certidão não tenha que ir lá no depósito, isso hoje não tem mais sentido, você tem que imediatamente entrar ali e conseguir. Na área da saúde por exemplo, quanta aplicação pode se fazer, temos que aplicar a telemedicina, a pessoa de casa consegue fazer uma consulta, consegue receita. Sei que alguma coisa já tem em Lages mas não está funcionando como deveria. Eu tenho ouvido as pessoas e uma das reclamações é que aquelas pessoas que necessitam fazer o uso contínuo de medicamentos, eles periodicamente tem que renovar sua receita, isso não tem mais sentido, não tem porque fazer a pessoa sair de casa de madrugada, no rigoroso inverno de Lages para fazer isso, que se consegue fazer de casa com o celular. Sei que nem todos tem acesso a tecnologia mas a maioria tem e a tendência é aumentar, então nós temos que disponibilizar isso para o cidadão até para aliviar as Unidades Básicas de Saúde.Na área administrativa os programas se auto gerenciam, você libera funcionários para fazer coisas mais importantes, você ganha tempo, transparência. A inovação e a tecnologia é algo que temos que fazer. Na área da educação também ouvimos muitas reclamações e temos diversos projetos para investir. 

Há quanto tempo o senhor vem se preparando para ser pré-candidato a prefeito do município?

Na eleição anterior já tinham me convidado para ser candidato aqui em Lages, por uma série de fatores não foi possível naquele momento, mas desde então a gente fica com a ideia na cabeça e começa a acompanhar com um pouquinho mais de atenção a situação. Na verdade as pessoas que me procuraram, achando que pela minha experiência, pelo meu perfil, eu teria condições de ser candidato a prefeito. Quando vieram falar comigo, quando a gente acertou as condições e a forma de trabalho, que eu teria total independência para isso aí eu aceitei. Tenho um eterno sentimento de gratidão por Lages, que foi a terra que me acolheu e acolheu a minha família, então hoje o que mais me motiva, o que faz com que eu, que poderia estar aposentado, curtindo o conforto da minha casa, deixe essa situação e me dedique a Lages é o sentimento de retribuição, de poder fazer algo pelas famílias que assim como nós precisam trabalhar, prosperar e que elas não precisem sair de Lages para conseguir uma colocação de vida melhor. Não fiz e não pretendo fazer uma carreira política, quero me doar um período para ajudar Lages a crescer.

Essa visão de como melhorar a cidade, dá para fazer essas questões que o senhor apresentou?

Dá e precisa. Uma das formas é valorizar o empresário local, que investe e tem os seus negócios aqui, claro que é sempre bem vindo empresas de fora, mas nós temos tantas empresas aqui que produzem e podem ficar maiores ainda, que não tem a valorização que precisa. Então, um dos meus projetos é criar uma forma de compensar e homenagear o empresário que gera mais emprego, dar mais reconhecimento, temos que reativar a área industrial dos Índios, criar outras áreas industriais, para proporcionar que os empresários locais tenham condições de crescer. 

O pré-candidato já tem algum nome para ser vice na corrida eleitoral? Toparia ser vice de uma outra chapa, se definido em convenção?

O vice só vai ser definido nas convenções e aí vai depender das parcerias, das coligações, dos partidos que que estejam juntos. Sem parecer arrogante, eu me preparei e a forma que tenho para contribuir com Lages é sendo prefeito, eu quero dar o melhor de mim para ser prefeito de Lages. Por enquanto eu não cogito a posição de vice.

Como fazer para aumentar a arrecadação do município ou então gastar menos na administração?

Para aumentar a arrecadação uma das formas que eu falei é estimular o empresariado para gerar empregos. Claro que temos que ver as despesas do município, o que dá para enxugar, analisar os contratos que existem, ver o que a gente pode negociar para reduzir despesas. Estando na prefeitura a gente vai fazer essas avaliações. O próprio uso da tecnologia reduz muito a despesa, só em papel, correios, etc, você consegue enxugar bastante, se você dispensar o aluguel de um galpão para guardar um monte de documentos você já estará economizando, se você otimizar o tempo de serviço dos servidores você estará economizando. Outras formas são buscar recursos, buscar parcerias, tem que se fazer projetos e correr atrás. Usar os nossos deputados para trazer recursos, precisamos pedir a ajuda destes parceiros para trazer recursos para a nossa região. 

Como o pré-candidato pensar em administrar Lages sabendo de toda a dívida existente?

Temos que contextualizar isso dentro do orçamento do município e dentro do prazo para o pagamento dessa dívida, não tenho dados melhores pois chegando na prefeitura a gente vai verificar, mas não é algo que preocupa, o orçamento que foi encaminhado agora para a Assembleia Legislativa do Município de Lages é oitocentos e quarenta milhões de reais, então é um pouco mais de 10 % do orçamento de Lages, se contar que essa dívida pode ser paga a longo prazo ele pode representar 1%, 2% ao ano não é nada impactante significativamente. Não vejo isso como um motivo de preocupação, mas o que nós não podemos é continuar aumentando essa dívida, temos que procurar reduzir para que cada vez tenha mais recursos para que possamos investir em infraestrutura, serviços etc.

Qual o pensamento do pré-candidato em montar o secretariado?

Qualificação e experiência são indispensáveis. Gosto muito de aproveitar o pessoal da casa, que já tem conhecimento e já sabe como a máquina funciona. Mas, é claro que também tem pessoas de fora muito qualificadas, com uma visão muito boa então é conciliar essa duas e é claro formar uma equipe de qualidade e uma equipe comprometida que venha para a prefeitura com o propósito de trabalhar, de fazer as coisas acontecerem e motivar o nosso pessoal que está um pouco desmotivado, uma pessoa motivada produz muito mais então nós temos que trabalhar nesse sentido também.

Como o pré-candidato Lio Marin vê a questão do Lages Previ?

A questão previdenciária do funcionalismo hoje está divida em duas situações: tem o fundo previdenciário, que são para aqueles que ingressaram a partir de 2013, e essa está superavitária e tem o dos antigos, que é deficitário, esse o município teve que complementar e a tendência é ir crescendo. A previdência é um problema mundial não só de Lages porque as pessoas estão vivendo mais, então tem que acabar contribuindo por mais tempo. A questão política pelo que eu soube foi que ele foi encaminhado para a câmara sem ouvir os interessados. Eu acho que tem que retirar esse projeto de lá, tem que sentar com os servidores, com o pessoal da prefeitura e tem que fazer uma avaliação séria, porque todos têm interesse que o sistema previdenciário funcione. O servidor tem o interesse de garantir que ele vá receber a aposentadoria integral, o município tem interesse de que consiga pagar isso sem comprometer as contas da prefeitura. Então, eu acho que a questão política é tirar o projeto de lá, discutir e rever, aí a gente consegue diminuir esses valores. Precisamos também correr atrás e buscar recursos para suprir esses valores.

Qual a sua opinião sobre a construção de um centro administrativo, um prédio próprio para o município?

Acho que a preocupação do prefeito é cuidar das pessoas, vamos cuidar das crianças que não tem creche, das pessoas que não tem medicamentos, que precisam de atendimento na Unidade Básica de Saúde, isso é prioridade. Eu entendo que a unificação do centro administrativo é interessante, gera economia, gera eficiência, ele pode ser feito mas isso com critérios e com cautela sem comprometer as contas do município. Dá para fazer parcerias, por exemplo parceria pública privada, que muitas vezes a empresa constrói, você vai pagando anualmente e o valor que você pagaria em aluguel daqui a pouco é o valor que você paga ali. Isso tem que ser calculado, revisto e feito desde que as prioridades básicas do cidadão não sejam afetadas.

Para assistir a entrevista completa com Lio Marin, acesse nossa live no youtube:

Ao todo, Lages tem nove pré-candidatos. As entrevistas estão sendo transmitidas ao vivo e com imagens no programa Clube Comunidade, a partir das 10h. Para assistir acesse o Facebook da Rádio Clube de Lages ou no YouTube pela Clube TV.

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