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BOLSA DE ESTUDOS

Estudantes de medicina na Serra enfrentam dívidas e risco de abandono por falta de acesso a “Universidade Gratuita”

Os alunos estão acumulando dívidas consideráveis e correm o risco de abandonar o curso

• Atualizado

Rádio Clube

Por Rádio Clube

Estudantes de medicina na Serra enfrentam dívidas e risco de abandono por falta de acesso a Universidade Gratuita| Foto: reprodução redes sociais/ Pixabay
Estudantes de medicina na Serra enfrentam dívidas e risco de abandono por falta de acesso a Universidade Gratuita| Foto: reprodução redes sociais/ Pixabay

Para alguns estudantes catarinenses em 2025, o sonho de cursar Medicina gratuitamente, um dos cursos mais disputados do país, está se tornando difícil. Apesar de terem superado a etapa do vestibular, muitos não conseguiram acesso ao programa Universidade Gratuita do governo estadual, acumulam dívidas consideráveis e correm o risco de abandonar o curso.

Lançado em 2023, o programa visa garantir o acesso ao ensino superior para alunos financeiramente menos favorecidos, com o governo assumindo o pagamento das mensalidades. Contudo, em 2025, o programa tem sido alvo de algumas críticas, especialmente de estudantes de Medicina, que enfrentam as mensalidades mais elevadas.

Na Uniplac, em Lages, a situação não é diferente. Diogo Miranda, representante da turma de Medicina de 2025, relata a angústia de seus colegas. “Nós notamos que a bolsa contemplou muito pouco a quantidade de alunos que estão aqui na universidade. Da nossa turma de 57, nem 10 conseguiram”, afirma. Ele estima que cerca de 15 colegas não conseguirão continuar o curso. “É o sonho que está sendo descartado, o sonho de famílias, a vida de pessoas que está sendo colocada em jogo realmente.”

Uniplac se manifesta sobre o programa

Em contrapartida, o reitor da Uniplac, Kaio Amarante, explica que o programa Universidade Gratuita está cumprindo o que foi prometido. Ele informou que, somente em 2025, a universidade recebeu R$ 39 milhões através do programa.

“O governo do estado, nesse programa, criação do nosso governador Jorginho Mello, cumpriu 100% do que havia sido prometido em termos de repasse de recursos”, garantiu Amarante. Ele detalhou que R$ 3 milhões foram destinados à renovação do programa Uniedu, e R$ 28 milhões para renovações de alunos já beneficiados pelo Universidade Gratuita em anos anteriores. Além disso, 5% do recurso é para alunos PCD e R$ 1,7 milhão ficou contingenciado para ajustes.

O reitor ressaltou que o programa não é exclusivo para o curso de Medicina, mas atende diversas áreas, incluindo 12 alunos de Medicina na Uniplac. “Quando o programa foi criado, e a gente sempre enfatizou isso, ele não é um programa para o curso de medicina. Ele também vai atender alunos de medicina”, afirmou.

Sobre a frustração dos estudantes, Amarante esclareceu que o programa nunca prometeu benefício para todos os alunos. “Em todas as edições que nós rodamos a universidade gratuita, ficou gente de fora. Em nenhum momento, e é importante que se diga, até que me provem o contrário, que a universidade gratuita garantiria bolsa para todos”, declarou.

Ele explicou que o programa tem um limite de recursos definido pelo governo do Estado e que a meta é atingir até 80 mil alunos em Santa Catarina, estando hoje com mais de 50 mil atendidos e em fase de expansão.

Negociação de dívidas e outras oportunidades

Em relação às dívidas acumuladas pelos estudantes na Uniplac, o reitor informou que a instituição está aberta à renegociação direta. “Nós pedimos para que estes nos procurem, procurem o nosso núcleo de relacionamento”, disse Amarante, citando a experiência da pandemia em 2022, quando mais de 1.250 negociações individuais foram realizadas para manter os alunos matriculados.

Além disso, o reitor destacou outras possibilidades de auxílio, como a abertura da FAPES no segundo semestre e a Bolsa de Iniciação Científica, que podem ser alternativas para quem não conseguir o Universidade Gratuita. A coordenação do curso na Uniplac também tem buscado dialogar com os estudantes, e o caso já está sendo levado a vereadores e deputados para buscar uma justificativa do governo.

Os estudantes de Medicina da Uniplac, a exemplo de outros acadêmicos pelo estado, publicaram um manifesto nas redes sociais da Atlética de Medicina, buscando visibilidade para a situação e pressionando por soluções.

A reportagem da Rádio Clube entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação e até o momento do fechamento da matéria, não obteve resposta.

Matéria em colaboração com o repórter Evandro Gioppo

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