Deputado relata falsa invasão do MST na Serra Catarinense; entenda
A proprietária rebateu a manifestação, afirmando que o local foi cedido
• Atualizado
O deputado Marcius Machado (PL-SC), durante uma sessão na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) nesta terça-feira (08), chamou atenção sobre a possível invasão do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), em uma propriedade rural privada em Correia Pinto, na Serra Catarinense.
O parlamentar relatou, ” O que está acontecendo em Correia Pinto, onde invasores de terra adentraram uma propriedade privada… É uma coisa totalmente inadmissível”.
Assentamento Pátria Livre
A reportagem da Rádio Clube de Lages, entrou em contato com a proprietária da área, Cidineia Silva, que esclareceu a situação. Ela explicou que o movimento está realizando um “acampamento” dentro da propriedade do assentamento, que é devidamente documentada e não se trata de uma invasão.
“A gente não está aqui com um acampamento, um assentamento patriarcal para pressionar ninguém. A gente está aqui para pressionar o Incra, que o Incra vai fazer o cadastramento do povo e colocar esse povo assentado no seu cantinho para ter sua produção”, afirmou.
Cidineia ressaltou que o assentamento é antigo, com 18 anos de existência, possui produção e contribui com a entrega de merenda escolar, PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), além de feiras e indústrias dentro do próprio assentamento. Ela garantiu que o INCRA, a vizinhança e até a polícia rural estavam cientes da organização do acampamento.
“Não somos ameaça. Temos famílias de Lages, Correia Pinto, Ponte Alta, São Cristóvão, Curitibanos, e não estamos aqui para fazer ameaça a ninguém. Estamos aqui no aguardo do Incra fazer documentação”, enfatizou.
Retratação do deputado e novas dúvidas
A reportagem da Rádio Clube de Lages, também contatou o deputado Marcius Machado depois que ele soube que a área era privada, dentro do Assentamento Pátria Livre. Ele confirmou que a Polícia Civil, após sua solicitação, “detectou de fato que houve uma cedência desse espaço“.
Mesmo com a proprietária explicando que cedeu do terreno, o deputado levantou outras questões sobre o futuro dos ocupantes. Ele questionou: “Para onde eles vão? Quanto tempo vão ficar ali? E a infraestrutura: água, luz, esgoto? Tem criança?”.
Assista ao vídeo
Matéria em colaboração com o repórter Evandro Gioppo
>>> Para mais notícias, siga a Clube no Twitter, Instagram e Facebook
Quer receber notícias no seu whatsapp?
EU QUERO