STF torna sete pessoas réus por ações golpistas durante governo Bolsonaro
Grupo é acusado de usar a estrutura da Abin para divulgar notícias falsas e atacar autoridades
• Atualizado
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta terça-feira (06), tornar réus sete pessoas acusadas de envolvimento na trama golpista durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada por unanimidade pela Primeira Turma do STF, que aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado “núcleo 4” da conspiração. Esse grupo é composto por militares do Exército e um policial federal, acusados de organizar ações de desinformação e ataques virtuais contra instituições e autoridades, utilizando a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Com a decisão, passaram a responder pelo processo os seguintes acusados:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército)
- Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército)
- Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército)
- Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército)
- Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército)
- Marcelo Araújo Bormevet (policial federal)
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)
Os acusados irão responder por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado, ataque ao patrimônio da União, entre outros.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, destacou que a denúncia da PGR apresenta provas de que os réus participaram da disseminação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral nas redes sociais. De acordo com Moraes, o grupo também usou o software de monitoramento FirstMile para realizar buscas ilegais sobre adversários políticos de Bolsonaro, incluindo 887 pesquisas realizadas por um dos acusados.
O ministro também lembrou que os ataques virtuais tinham como alvos autoridades e instituições que não se alinhavam à agenda golpista, como o Poder Judiciário e membros das Forças Armadas que se opuseram à ideia de um golpe.
Durante o julgamento, a ministra Cármen Lúcia criticou a disseminação de desinformação, chamando a mentira de “commodity” nas redes sociais, e ressaltou que esse tipo de desinformação tem sido usado para atacar a democracia.
Com a aceitação da denúncia, o caso segue para a fase de instrução processual, onde os advogados dos réus poderão apresentar provas e indicar testemunhas. Após essa etapa, o julgamento será marcado. Caso os réus sejam condenados, a pena pode ultrapassar 30 anos de prisão.
Até o momento, foram julgados os núcleos 1, 2 e 4 da trama, totalizando 21 réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que também foi tornado réu em março. Ainda restam as denúncias contra os núcleos 3 e 5, que serão analisadas em breve.
*Com informações de Agência Brasil
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