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Depoimento

Ex-coordenador da PRF admite ações para barrar eleitores em 2022

Depoimento ao STF detalha ordens internas para impedir o voto de petistas nas eleições de 2022

• Atualizado

Redação

Por Redação

Poupança confiscada? Brasileiros lesados por planos econômicos dos anos 80 e 90 terão direito a indenização | FOTO: STF/Reprodução
Poupança confiscada? Brasileiros lesados por planos econômicos dos anos 80 e 90 terão direito a indenização | FOTO: STF/Reprodução

O ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adiel Pereira Alcântara, afirmou nesta segunda-feira (19) que a corporação realizou operações direcionadas para atrapalhar o trânsito de eleitores do ex-presidente Lula no segundo turno das eleições de 2022. A declaração foi feita ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante depoimento como testemunha de acusação no caso que investiga a tentativa de golpe de Estado.

Segundo Adiel, as blitze foram determinadas por ordens internas de ex-diretores da PRF. “Estavam criando uma polícia de governo, e não de Estado”, disse ele, ao relatar a cobrança para que ônibus com eleitores fossem parados.

O ex-coordenador também contou que muitos agentes da PRF não concordavam com a aproximação institucional da corporação com o então presidente Jair Bolsonaro. “Grande parte do efetivo não via com bons olhos esse vínculo com a imagem do ex-presidente. Ele participava de motociatas com motocicletas da PRF e postava mensagens das apreensões da PRF”, afirmou.

Relatórios para justificar operações

Outro depoente ouvido no mesmo dia foi Clebson Ferreira de Paula Vieira, agente de inteligência que atuou no Ministério da Justiça durante a gestão de Anderson Torres. Ele foi responsável por produzir relatórios usados para justificar as operações da PRF.

Vieira contou que a pesquisa foi pedida por Marília Alencar, da área de inteligência do ministério, e admitiu ter ficado “apavorado” ao descobrir que os dados foram usados para sustentar ações consideradas ilegais. “À época, eu fiquei apavorado porque uma habilidade técnica foi utilizada para uma tomada de decisão ilegal”, disse.

O agente ainda confirmou que algumas das blitze ocorreram em cidades sem relevância de fluxo, o que levanta suspeitas sobre o real objetivo das ações. “O que aconteceu no segundo turno, eu sabia que ia acontecer. Por raciocínio, não por provas”, comentou.

Trama golpista

As declarações fazem parte do processo que investiga o chamado Núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado, liderado por Jair Bolsonaro e outros sete aliados. Todos são réus por crimes como tentativa de golpe, organização criminosa armada, e dano ao patrimônio público.

Até o dia 2 de junho, 82 testemunhas indicadas pela acusação e pelas defesas serão ouvidas. Após essa fase, Bolsonaro e os demais réus serão interrogados. O julgamento, que decidirá sobre a condenação ou absolvição dos acusados, deve ocorrer ainda este ano.

*Com informações de Agência Brasil

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