Defesa de Bolsonaro quebra silêncio após prisão domiciliar
A medida, segundo Moraes, foi motivada por violações às restrições impostas anteriormente — o que a equipe jurídica nega
• Atualizado
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (4) que foi pega de surpresa com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão domiciliar do político. A medida, segundo Moraes, foi motivada por violações às restrições impostas anteriormente — o que a equipe jurídica nega.
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Em nota, os advogados do ex-presidente alegaram que ele “não descumpriu qualquer medida” cautelar, e garantem que vão recorrer da decisão. Segundo eles, a fala transmitida por meio do Instagram de Flávio Bolsonaro não configura crime.
“A frase ‘Boa tarde, Copacabana. Boa tarde meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos’ não pode ser compreendida como descumprimento de medida cautelar, nem como ato criminoso”, afirmou a defesa.
Defesa de Bolsonaro e redes sociais
A decisão de Moraes considera que Bolsonaro usou de forma indireta as redes sociais, violando as medidas cautelares impostas em julho, que o proíbem de utilizar qualquer rede, inclusive por perfis de terceiros.
O ministro aponta que os filhos do ex-presidente — Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro — publicaram mensagens atribuídas ao pai para agradecer os apoiadores pelas manifestações ocorridas no domingo (3).
Além disso, o ministro considerou que as ações representam tentativa de obstrução da Justiça. No despacho, ele escreve que houve uso “doloso e consciente” de material para pressionar o STF e interferir nos processos judiciais em andamento.
Eduardo Bolsonaro e as investigações
As medidas cautelares aplicadas anteriormente fazem parte do inquérito no qual Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado pelo PL-SP, é investigado por articular, nos Estados Unidos, ações contrárias ao governo brasileiro e ao STF.
Ele estaria buscando apoio junto ao ex-presidente Donald Trump para pressionar politicamente o Judiciário brasileiro.
Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato e se mudou para os EUA, alegando “perseguição política”.
A investigação também envolve Jair Bolsonaro, acusado de financiar a estadia do filho no exterior por meio de transferências via Pix. O caso corre no STF e o julgamento está previsto para setembro.
Além disso, Bolsonaro é réu na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado investigada pela Corte. Segundo Moraes, as atitudes recentes reforçam o “risco de reiteração delitiva”, justificando a necessidade de prisão domiciliar e medidas mais severas.
*As informações são da Agência Brasil.
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