Conversa de Bolsonaro com advogado ligado a Trump é alvo de investigação da PF
Segundo relatório enviado à Corte, Bolsonaro manteve diálogos, inclusive por WhatsApp, com um advogado vinculado a uma das empresas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
• Atualizado
A Polícia Federal identificou uma nova frente de atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar interferir nas investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo relatório enviado à Corte, Bolsonaro manteve diálogos, inclusive por WhatsApp, com um advogado vinculado a uma das empresas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O objetivo seria pressionar o STF em processos que investigam sua tentativa de golpe de Estado.
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O que mostram as investigações
De acordo com o despacho do ministro Alexandre de Moraes, as conversas com o contato identificado como “Martin de Luca USA” indicam tentativa de coação e obstrução da Justiça. O episódio se insere no âmbito do Inquérito nº 4.995/DF, que apura a atuação de Bolsonaro contra a ordem democrática, e da Petição 14.129/DF.
Contexto ampliado
Nos últimos meses, diferentes elementos reforçaram a tese de que Bolsonaro buscou apoio externo para pressionar o Judiciário brasileiro. Entre os pontos levantados, o STF já havia imposto medidas cautelares contra Bolsonaro, incluindo uso de tornozeleira eletrônica, restrição de contato com autoridades estrangeiras e proibição de uso de redes sociais.
A PF relatou que o ex-presidente incentivou o governo Trump a adotar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como forma de pressionar o Supremo. O deputado Eduardo Bolsonaro deixou o país e teria atuado como lobby nos Estados Unidos, apoiando sanções contra o Brasil e medidas de proteção a envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) solicitou a inclusão de Jair e Flávio Bolsonaro como investigados, sob a alegação de que teriam buscado canalizar pressões externas contra o STF por meio de chantagem econômica.
Para investigadores, a revelação de contatos com advogados ligados a Trump reforça o caráter sistemático da atuação de Bolsonaro, indo além de ações isoladas e configurando uma estratégia internacional de influência. Diante das novas evidências, Alexandre de Moraes determinou que o ex-presidente preste esclarecimentos em até 48 horas sobre o descumprimento das medidas cautelares já impostas.
*Com informações do SBT News
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