Rita Cassia Conti, vice-presidente da FACISC, fala sobre economia e infraestrutura no Ponto e Contraponto

A empresária Rita Cassia Conti, vice-presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), é entrevistada pelo jornalista Roberto Azevedo no programa Ponto e Contraponto deste sábado (06).

A vice-presidente da FACISC comenta na entrevista sobre a participação de homens e mulheres no empreendedorismo, política de juros do Banco Central, os efeitos da reforma tributária no comércio e na indústria. A líder empresarial também fala da necessidade de investimento em infraestrutura em Santa Catarina.

Para Rita, é importante a valorização feminina e o equilíbrio entre homens e mulheres. Segundo a vice-presidente da FACISC, as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço nas mais diversas áreas.

“Eu sempre coloco que tem que se haver um equilíbrio entre o homem e a mulher. É importante que nós, como líderes femininas, estarmos despontado, quando antes eram só homens. Mas claro, são importantes os dois gêneros”

Rita Cassia Conti, vice-presidente facisc

Desoneração da folha de pagamento

Rita Cassia Conti explica que a FACISC é favorável a desoneração da folha de pagamento para as empresas. Segundo a empresária, ela conhece de perto os efeitos que a necessidade de uma maior tributação na folha pode impactar nos empregos gerados pelas empresas.

“Vou lhe dar um exemplo do meu setor,que é a Indústria Têxtil. Eu tenho uma confecção com um número maior de funcionários. Quando a gente faz o cálculo, sem a desoneração da folha, o meu cálculo é o seguinte: eu tenho 200 funcionários, mas eu não posso ter mais, porque eu vou ter que pagar um percentual mais alto a partir deste número. É 20% sobre a folha. Então qual é a minha motivação para empregar mais? Gerar mais salários?”

Conforme a vice-presidente, com o fim da desoneração da folha, os empresários perdem a capacidade de gerarem mais empregos, por isso, a FACISC, defende que seja avaliada a continuidade da desoneração da folha de pagamento.

Política de juros do Banco Central

A empresária conta que a política de juros do Banco Central, que está em 10,75%, é muito bem-vista internacionalmente.

“Temos que colocar na balança, essa política cambial do dos juros do Banco Central, ela é muito bem-vista mundialmente.”

A transparência da gestão do Banco Central é elogiada por Rita, entretanto, ela também defende que o setor empresarial também deve buscar diálogo para que os juros continuem reduzindo.

“Essa política de transparência do Banco Central, essas regras são positivas. Mas também é muito positivo a gente pressionar para ter juros mais adequados. Vejo com até com um pouco de neutralidade, porque é uma questão muito econômica. Mas no momento ela gera positivamente para nossa economia”.

Programas de crédito

A vice-presidente acredita que os programas de fomento ao crédito são positivos para a economia e que devem ser fortalecidos.

“É muito bacana que está acontecendo no nosso país. Os programas de fomento ao crédito são importantes para empresas de qualquer porte. As taxas que estão vindo, com muitas linhas de crédito de fomentos. Seja para micro, pequenas ou empresas médias. As taxas são muito atrativas, são taxas de 2%, 4% ao ano, como, por exemplo, as iniciativas do Governo do Estado de Santa Catarina”

Reforma Tributária

Para a empresária, a reforma tributária era necessária devido ao caos que a política tributária é, entretanto, é preciso ainda analisar e aprimorar o que foi feito. Segundo Rita, a complexidade do sistema tributário faz com que as empresas precisem de um número muito grande de profissionais para conseguirem estar regularizadas e atualizadas nas questões tributárias.

“O nosso cenário tributário é uma loucura. Eu sempre digo quem tanto empresários do comércio, serviços ou indústria, se precisam de 10 pessoas na produção, você vai precisar também de quase o mesmo número para resolver a parte burocrática do tributário, de tantas siglas e insegurança jurídicas”

Rita Cassia Conti, vice-presidente facisc

Conforme a gestora, são tantas demandas novas para as empresas no quesito tributário, que mesmo que se esteja indo “dentro de uma linha, de um caminho”, a lei sofre alterações imperceptíveis, que fica complexo para se manter sempre dentro da norma.

Infraestrutura e Desenvolvimento Regional

A empresária destaca que Santa Catarina é um estado excelente, com uma economia diversificada e multissetorial. Para ela, é preciso que a infraestrutura, que está passando por melhorias, continue recebendo cada vez mais investimentos, pois muitos das dificuldades logísticas, por exemplo, ocorrem devido a falhas na infraestrutura.

“Santa Catarina é diferenciada, temos excelentes índices, mas seriam ainda melhores se nós tivéssemos ainda mais infraestrutura. Nós temos um gargalo de estradas”

Rita Cassia Conti, vice-presidente facisc

Para vice-presidente da FACISC, a questão da infraestrutura como um elemento essencial para o desenvolvimento regional. Rita enfatiza necessidade de investimentos em estradas, portos e aeroportos para impulsionar o crescimento econômico e aproveitar o potencial produtivo de Santa Catarina.

Confira a entrevista com Rita Cassia Conti

Quem é Rita Cassia Conti

Rita Cassia Conti é natural de Canoas (RS) e chegou a Brusque na década de 1990, atraída pelo polo têxtil da cidade. Graduada em Publicidade e Propaganda pela PUC, de Porto Alegre, é pós-graduada em marketing pela Unisinos/USP. Participou de diversos cursos na área de gestão e liderança, como o curso de Gestão da Qualidade, do Sebrae e é sócia-diretora da Mensageiro dos Sonhos – RC Conti desde 1998. Também é presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque, Botuverá, Guabiruba e Nova Trento (Sindivest) desde 2013. Em 2018 passou a ser a primeira mulher a ocupar um cargo na diretoria principal da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), na gestão 2018-2021, onde atua como 2ª Tesoureira. A empresária participa da Fiesc desde 2014. No ano de 2009, foi agraciada com o Título de Cidadã Honorária de Brusque.

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