“O grande líder é aquele que consegue tirar o máximo daqueles que estão ao seu redor”, afirma Cleverson Siewert

Neste sábado (05), o comentarista Prisco Paraíso recebe Cleverson Siewert, ex-presidente da Celesc e atual CEO da empresa Ascensus Group.

Durante a entrevista, Siewert destacou sua trajetória profissional como presidência da Celesc e funcionário da Secretaria da Fazenda, assim como, explicou sobre sua transição da administração pública para a privada.

Confira as primeiras perguntas

Como que que foi essa transição do público para o privado?

Foram dezesseis anos de vida pública, onde eu tive muitas experiências, muito aprendizado. Muita coisa bacana aconteceu na minha vida e essa transição ela aconteceu de uma forma supernatural. Em agosto de 2018, eu acabei recebendo um convite para uma conversa do então presidente e fundador do grupo A Sensus, que tem sede em Joinville, Vanderlei Palhano, pois ele julgava que eu poderia contribuir com o futuro do grupo, com os novos desafios que a gente estava enxergando lá na frente. Conversamos, acabamos nos acertando e isso acabou acontecendo, entre o primeiro e o segundo turno ainda. Fechamos uma oportunidade e eu fiquei na CELESC até o final de 2018. Depois disso eu passei um tempo nos Estados Unidos e aí primeiro e em 1º de abril de 2019 eu efetivamente integrei, ou passei a integrar o grupo A Sensus.

Quem lhe buscou em Joinville, lhe trouxe para administração pública, foi o falecido Henrique da Silveira…

Verdade. Eu até então, não conhecia nada de mundo público. Em 2003 tive a oportunidade, juntamente com o Alexandre Fernandes, de poder estar integrando a Secretaria da Fazenda. Dali então, decorreram 16 anos dentro do mundo público, onde a gente pode contribuir com o estado de Santa Catarina.

O fato de nunca ter tido uma vinculação político-partidária mais acentuada, mas sim o técnico que foi chamado e prestou um serviço, isso contribuiu para essa transição?

Eu penso que sim. Dentro do mundo público eu tive muitos aprendizados com muita gente. Eu acho que a principal lição que eu aprendi, e pode parecer estranho, mas é fazer política. E quando eu digo fazer política é a arte do relacionamento humano. E isso a gente usa no nosso dia a dia com a nossa família, no mundo privado, no mundo público. Então aprendi muito disso. Então, acho que isso contribuiu pra que eu pudesse me relacionar com todos os perfis de políticos, com todos os partidos políticos. Enfrentei uma série de desafios técnicos, pessoais, mas que me permitiram evoluir. A minha relação com todos sempre foi muito boa.

A experiência pública está servindo para o desafio na privada?

Sem sombra de dúvida. E justamente esse ponto. É sentir, entender as pessoas. Eu digo que pra gente fazer gestão, nós vamos ganhar um coração todos os dias, liderar. Liderar precisa de inteligência emocional, precisa de criatividade. Precisa de entendimento das pessoas. O grande líder é aquele que consegue tirar o máximo daqueles que estão ao seu redor e fazer com que todos eles apontem pro mesmo lugar, e eu aprendi isso dentro do mundo público. Eu estou usando isso naturalmente na iniciativa privada.

Por outro lado, na iniciativa privada, não tem aquelas entranha, aqueles entraves políticos, né?

Eu diria que os obstáculos são mais simples de serem removidos, são mais fáceis de serem removidos. Hoje dentro das organizações você precisa ser bom de trabalho, você precisa entregar aquilo que te pedem ou até mais. Precisa ser bom de xadrez, ou seja, toda organização tem o seu Q político. Você precisa compreender e saber mexer as peças adequadamente. Então, acho que essas duas frentes, elas concomitantemente utilizadas, que fazem você ter sucesso na tua trajetória.

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