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Suporte de videogame melhora experiência de internação hospitalar; entenda

O suporte para videogame hospitalar possui monitor, console, controles e jogos

• Atualizado

Redação

Por Redação

Bruno Henrique Garcia e a mãe Bruna Rodrigues. | Foto: Thiago Pires/SCC SBT
Bruno Henrique Garcia e a mãe Bruna Rodrigues. | Foto: Thiago Pires/SCC SBT

Um suporte hospitalar para videogame foi desenvolvido para contribuir no cuidado e na hospitalização de crianças e adolescentes no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC).

O trabalho surgiu a partir da tese de doutorado de Carolina Campagnollo, no Programa de Pós-Graduação em Gestão do Cuidado em Enfermagem da UFSC, intitulada Desenvolvimento de um suporte hospitalar para videogame: contribuições para o cuidado de enfermagem de crianças e adolescentes hospitalizados.

Suporte de videogame melhora experiência de internação hospitalar
Carolina Campagnollo | Foto: Thiago Pires/SCC SBT

O suporte para videogame hospitalar possui monitor, console, controles e jogos. Ele foi projetado para ajudar a evitar que os equipamentos se percam e para que a equipe possa transportá-lo facilmente entre as salas.

A utilização do produto permitiu o acesso a equipamentos de jogos interativos que proporcionam entretenimento a crianças e adolescentes durante o período de hospitalização.

De acordo com a idealizadora do projeto, as crianças que utilizaram o suporte relataram uma melhora em sua experiência de internação hospitalar, ajudando-as a ficarem mais alegres, confiantes e distraídas.

Suporte para videogame hospitalar

A maioria dos pacientes pediátricos é levado para uma sala reservada para brincadeiras e jogos. Os pacientes que, por questões de mobilidade ou indicação médica, não podem ir até essa sala, recebem o suporte diretamente no leito.

“A rotina hospitalar é difícil, e para as crianças, ainda mais. Elas estão acostumadas a uma série de atividades no dia a dia e precisam parar enquanto estão em tratamento”, afirma Carolina.

Ela explica que proporcionar um cuidado terapêutico possibilita uma hospitalização menos traumática e uma recuperação mais rápida. “O benefício se estende não só aos pequenos, mas também às famílias, que ficam felizes ao ver os sorrisos durante os jogos”.

Bruno Henrique Garcia jogando videogame. | Foto: Thiago Pires/SCC SBT

Inspiração pessoal para o projeto

Carolina conta que a ideia surgiu em 2019, quando o filho de 11 anos precisou passar por uma cirurgia cardíaca. Ela vivenciou o processo de adoecimento e hospitalização, que traz consequências emocionais para as crianças e aos familiares.

O acompanhamento de uma internação longa despertou nela o desejo de contribuir para o aprimoramento do processo de hospitalização infantil.

Para a pesquisadora, as instalações hospitalares acabam não contemplando a socialização de todas as faixas etárias. “No caso do meu filho, a brinquedoteca já não despertava interesse em um pré-adolescente”, explica.

A necessidade de repouso no leito também foi um fator considerado. Dispositivos eletrônicos como celulares e tablets suprem a distração por um curto tempo, mas dependem de acesso à internet e podem ser ergonomicamente inviáveis por longos períodos e em internações prolongadas.

Assim, ela considerou o desenvolvimento de um suporte hospitalar para videogame, visando a eficácia de intervenções lúdicas, o entretenimento, o conforto e a satisfação, além de contribuir para a terapia do paciente.

Segundo Carolina Campagnollo, o principal obstáculo foi o custo elevado da ideia. Normalmente, o hospital necessita priorizar os recursos em relação aos cuidados técnicos, estruturais e de equipamentos.

Os recursos muitas vezes são completamente utilizados, o que dificulta justificar gastos com videogames, embora o equipamento tenha sido custeado pela própria pesquisadora.

Outros desafios estão relacionados ao gerenciamento do suporte para videogame. Alguém precisaria assumir a responsabilidade de gerenciá-lo, mas os profissionais de enfermagem têm tempo limitado para interagir com os pacientes.

Mesmo que o console de videogame esteja em uma sala de jogos ou na brinquedoteca, pode levar pelo menos 15 minutos para configurá-lo ao lado da cama de uma criança.

Perspectiva de crescimento

A pesquisadora afirma que, desde o início do desenvolvimento do projeto, foi considerada a possibilidade de contribuição para um cenário nacional.

“Estou trabalhando na divulgação, já tendo apresentado o projeto em congressos na Nova Zelândia, em São Paulo e, agora em novembro, no Chile”.

O produto foi classificado como desenho industrial e registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), assim como também obteve o direito autoral da marca Anjos no Controle na Câmara Brasileira do Livro.

Logo da marca Anjos no Controle

O suporte foi disponibilizado e está em uso no local da pesquisa. “Buscaremos desenvolver, aprimorar e fabricar muitos outros suportes como este entregue no Hospital Universitário da UFSC. Espera-se que seja o primeiro de muitos”.

A pesquisadora também deseja ter a oportunidade de expandir a iniciativa para outros hospitais no país e internacionalmente, “fazendo com que o mundo veja a competência, a vontade de empreender e a criatividade da enfermagem brasileira”.

Atualmente, crianças, adolescentes e adultos utilizam dispositivos eletrônicos como forma de diversão. Esses objetos, como computadores, dispositivos móveis e videogames, são mencionados por eles pela facilidade de manuseio e praticidade.

Em ambientes de reabilitação, foi demonstrado que jogar videogame tem muitos efeitos comportamentais e fisiológicos positivos; assim, o suporte pode ser utilizado por outros pacientes além das crianças.

Para você que deseja contribuir no projeto com novos equipamentos é só entrar em contato clicando aqui.

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