Primeiro dia do AI Summit Brasil 2025 projeta o futuro da inteligência artificial
O evento, que vai até sexta-feira (30), no Passeio Sapiens, em Florianópolis, está sendo transmitido ao vivo no SCC10
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Discussões sobre futuro, ética e desafios da inteligência artificial marcaram o primeiro dia do AI Summit Brasil 2025, que reuniu especialistas e líderes para debater o impacto da tecnologia em negócios, educação e sociedade. O evento, que vai até sexta-feira (30), no Passeio Sapiens, em Florianópolis, está sendo transmitido ao vivo, com exclusividade no SCC10.
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O FUTURO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O primeiro painel do dia, como o tema central “O Futuro da Inteligência Artificial”, trouxe reflexões profundas sobre como a IA está moldando o presente e o futuro das relações humanas, profissionais e institucionais.
“Aquilo que vivemos em ficção científica é plausível”, afirmou o professor Roberto Carlos dos Santos Pacheco, da UFSC.
Segundo o professor, estamos diante de um cenário de “coprodução”, em que a IA não substitui a inteligência humana, mas a absorve, incorporando dados, decisões e padrões de comportamento em ambientes corporativos e sociais.
Roberto Carlos também afirmou que o Brasil precisa definir, com urgência, uma política nacional de inteligência artificial. Na visão dele, há uma “grande preocupação de quem está construindo [novas IAs], e para quê”.
“É uma questão de estratégia e sobrevivência de futuro”, destacou o professor.
Daniel Calero, diretor de inovação digital, reforçou o papel estratégico da IA nos negócios. “Não substitui pessoas, pelo contrário, as empresas crescem”, afirmou. Para ele, a capacitação é o ponto-chave. “Todo diretor, todo membro precisa estar preparado para esse momento da IA.”
“Quantos investiram em treinamento de IA? A capacitação é um grande conselho para os diretores. Todo o CEO ou membro de uma organização precisa estar capacitado para esse momento da IA”, destacou Calero.
Já Jean Oliskovicz, fundador do CEOs Club, ressaltou a complexidade ética da tecnologia. “Será que o mundo está preparado para ouvir mais, para tomar as decisões?”, questionou, defendendo que CEOs devem fazer as perguntas certas e buscar embasamento nas escolhas.
Entre os principais desafios, além da regulamentação, está o financiamento à ciência. “Pense. Temos jogadores espetaculares no Brasil. Mas imaginem que a gente retire toda a infraestrutura, chuteiras, orçamento. É isso que está acontecendo com a ciência brasileira”, alertou Roberto Carlos dos Santos Pacheco, defendendo mais parcerias entre instituições.
IA NA EDUCAÇÃO
No segundo painel, o debate foi sobre a “Nova Ordem da IA na Educação”. O CEO da Conexia Educação, Sandro Bonás, apontou a IA como o “elefante na sala” das escolas.
Conforme Bonás, as crianças já usam a tecnologia para tarefas, por isso, a solução seria propor problemas mais complexos e ensinar os jovens a utilizar a ferramenta de maneira adequada.
“Como as crianças podem usar de maneira correta, quando, na verdade, os adultos buscam ajuda emocional com IAs?”, questionou.
Para Sandro, é necessário que haja letramento digital e formação adequada dos professores. “É um debate humanista do uso da IA”, resumiu.
Ele ainda alertou para a falta de regulamentação no uso por crianças e defendeu o desenvolvimento de ferramentas pensadas para esse público.
Juan Pablo D. Bobeira destacou que “a próxima superpotência é a inteligência artificial”. Para ele, quem domina a linguagem, domina as narrativas — e a IA já está nesse lugar.
O PAPEL DA COMPUTAÇÃO QUÂNTICA
O terceiro painel trouxe novas perspectivas ao abordar a relação entre IA e computação quântica.
Especialistas como Evandro Rosa (Quantuloop), João Marcelo Souza (SENAI CIMATEC) e Walmoli Gerber Junior (BrasilRad) discutiram como essa tecnologia pode acelerar a capacidade da inteligência artificial ao tratar dados de forma totalmente inovadora.
VISÃO COMPUTACIONAL
No quarto painel, o foco foi a visão computacional e o uso estratégico de dados. Alessandro Milagres, CMIO Cidade Matarazzo, Danilo Konrad, da AvançAI Tecnologia, e o Head de Tecnologia Rafael Scheidt debateram como a IA pode transformar experiências de consumo, por exemplo, com pagamentos via reconhecimento facial e atendimentos personalizados.
“O centro de tudo é o cliente”, reforçaram. Para isso, é essencial que os sistemas compreendam “onde ele está, quem ele é e o que ele quer”.
A IA NOS EMPREENDIMENTOS BRASILEIROS
O último painel do dia foi dedicado ao empreendedorismo nacional. Daniel Collaço (Abstrato), Dalmer Sella (PowerOfData), Rafael Guerra (Sinatra AI Agents) e Marcos Santos (Aquarela Analytics) compartilharam como a IA está transformando o mercado.
“Antes, havia um balde de gelo. O mundo onde as boas ideias morriam congeladas. Mas a partir de agora é possível fazer com que o aplicativo ou site tenha tanta empatia quanto um atendente”, destacou Dalmer Sella.
Para os empresários, a tecnologia permite personalização, gestão de pessoas, fluxos inteligentes e decisões baseadas em dados reais. “A IA traz informações acessíveis para que as empresas possam tomar e analisar decisões, baseado em dados”, reforçou Daniel Calero.
Além disso, para eles, o maior avanço da IA não é apenas no que ela permite fazer, mas no que faz sentido fazer com ela.
AI Summit Brasil 2025
Realizado no Passeio Sapiens, em Florianópolis, o AI Summit Brasil 2025 reúne líderes, empresas e especialistas durante dois dias para discutir o presente e o futuro da inteligência artificial aplicada à sociedade e aos negócios.
“O AI Summit Brasil 2025 consolida-se como o maior e mais qualificado evento de Inteligência Artificial da América Latina”, afirmou Muzy Jorge, idealizador do evento.
“É um encontro que transforma conhecimento em prática, impulsionando o desenvolvimento da IA de forma ética, responsável e colaborativa”, define Jorge.
A programação continua nesta sexta-feira (30), a partir das 8h, com transmissão ao vivo pelo portal SCC10.
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