Pesquisadores desenvolvem teste com IA que detecta sinais iniciais de Parkinson; entenda
Ferramenta gratuita promete triagem rápida e acessível pela internet
• Atualizado
Um teste simples e rápido, disponível online, pode ajudar na detecção precoce da doença de Parkinson. Desenvolvido por cientistas da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, ele usa inteligência artificial (IA) para analisar a fala e identificar sinais sutis da doença antes mesmo que os sintomas mais evidentes apareçam. Por enquanto, a ferramenta está disponível apenas em inglês.
Como funciona o teste?
O teste pede ao usuário que recite dois pangramas, ou seja, frases que utilizam todas as letras do alfabeto. As frases escolhidas são:
- “A ágil raposa marrom salta sobre o cão preguiçoso”;
- “O cão acorda e segue a raposa floresta adentro, mas novamente a ágil raposa marrom salta sobre o cão preguiçoso”.
Em poucos segundos, a ferramenta grava a fala e avalia pausas, ritmo e pronúncia, buscando padrões associados ao Parkinson.
Segundo o estudo publicado na revista npj Parkinson’s Disease, a inteligência artificial alcança uma taxa de acerto de 85,7%. Para isso, ela foi treinada com milhões de gravações, incluindo dados de mais de 1.300 pessoas com e sem Parkinson, captados em ambientes variados, como clínicas e residências, usando apenas microfones comuns de computadores ou dispositivos domésticos.
Apesar dos bons resultados, os pesquisadores deixam claro que a ferramenta não substitui o diagnóstico médico feito por neurologistas especializados, que envolve exames clínicos detalhados e imagens cerebrais. Em vez disso, o teste funciona como um alerta inicial, principalmente útil para quem tem dificuldade de acesso a especialistas.
A fala é um dos primeiros sinais da doença, já que cerca de 89% das pessoas com Parkinson apresentam alterações vocais como hesitações, variações de tom e dificuldades na articulação, antes de sintomas motores. “A maneira como alguém com Parkinson pausa, respira ou fala é diferente de uma pessoa sem a doença”, explica Abdelrahman Abdelkader, coautor do estudo.
Agora, os pesquisadores trabalham para combinar essa análise da fala com outros testes digitais que avaliem movimentos e expressões faciais, visando criar uma triagem ainda mais completa e gratuita para todos.
*Com informações do Futurity e SBT News
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