Desemprego cai a 8,9% no trimestre encerrado em agosto, diz IBGE
Número de trabalhadores sem carteira assinada aumentou
• Atualizado
O desemprego no Brasil recuou para 8,9% no trimestre encerrado em agosto, segundo o IBGE, mas o número de trabalhadores sem carteira assinada aumentou.
Com 68 anos, dona Maria Luiza já é aposentada, mas, para complementar a renda, voltou a trabalhar. Ela conseguiu uma vaga de costureira, sem carteira assinada: “eu estou como free-lancer, duas ou três vezes na semana. Pra mim, trabalhar está bem melhor do que ficar em casa”.
Ela foi contratada para suprir a demanda que aumentou bastante em um ateliê, na zona oeste do Rio de Janeiro, mas a proprietária prefere esperar mais um pouco antes de oferecer empregos formais.
Mais uma vez, a abertura de vagas informais fez o mercado de trabalho reagir positivamente, segundo o IBGE. O número de trabalhadores, como a dona Maria Luiza, bateu recorde. No mês passado, os empregados do setor privado sem carteira assinada somaram 13,2 milhões de pessoas em todo o país. É a maior taxa da série histórica, que teve início em 2012.
Para o economista Caio Ferrari, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), é para comemorar, mas até certo ponto: “É um indicativo de que o mercado não está funcionando tão bem, talvez porque a gente não esteja gerando empregos mais estáveis ou talvez porque o custo da carga tributária sobre o trabalho às vezes torne um pouco impeditiva a formalização”.
No trimestre encerrado em agosto, 99 milhões de brasileiros tinham alguma atividade econômica, também o maior número nos últimos 10 anos. No mesmo período, a renda do trabalhador cresceu 3,1%, impulsionada pela queda da inflação.
“Na medida que esse processo inflacionário não está avançando tanto como vinha ocorrendo anteriormente, isso por si só já contribui pra que tenha uma preservação maior dos ganhos do trabalhador”, afirma Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE.
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