Tarifaço dos EUA pode derrubar PIB de SC em 0,31% e acende alerta na indústria, aponta FIESC
Pesquisa com exportadores revela preocupação da indústria catarinense diante do aumento de tarifas dos EUA, que pode afetar severamente setores como madeira e móveis e provocar efeitos sociais em regiões vulneráveis
• Atualizado
A elevação das tarifas de importação dos Estados Unidos para até 50% sobre produtos brasileiros acendeu o alerta na indústria de Santa Catarina. Em resposta, a Federação das Indústrias do Estado (FIESC) promoveu, na segunda-feira (28), a primeira reunião aberta do Comitê de Crise do Tarifaço, com o objetivo de avaliar os potenciais impactos da medida e traçar estratégias de enfrentamento.
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Um dos destaques do encontro virtual foi a apresentação de uma pesquisa com exportadores, que vai subsidiar a atuação da entidade junto ao governo estadual e federal.
“Estamos muito preocupados com o potencial impacto, porque SC tem uma característica muito singular, com segmentos diferentes sendo afetados em proporções distintas“, afirmou o economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt.
Segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Santa Catarina seria o segundo estado mais afetado do país, com retração de 0,31% no PIB, atrás apenas do Amazonas. Dois setores em alerta são o de madeira e móveis: 22,2% da produção de madeira e 12,1% dos móveis catarinenses têm os EUA como destino. Muitas dessas indústrias estão localizadas em regiões de baixo IDH, onde os impactos no emprego podem gerar sérias consequências sociais.
A pesquisa lançada pela FIESC está aberta aos exportadores por meio de um formulário online (link aqui) e deve reforçar a base de dados solicitada pelo governo de SC. Em 2024, os EUA representaram 15% das exportações catarinenses participação que sobe para 42,5% no Planalto Norte, 24,9% no Centro-Norte, 23,7% no Alto Vale e 22,3% na Serra.
O industrial Leonardo Zipf alertou para a dificuldade de diálogo com autoridades norte-americanas e a ausência de documentos oficiais sobre a medida. Já Leandro Gomes, da Guararapes, sugeriu que a FIESC priorize soluções que aliviem o caixa das empresas, como a liberação de créditos tributários pelo governo estadual.
A mobilização também ocorre em âmbito nacional, por meio da CNI, com interlocução direta com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o Ministério do Desenvolvimento.
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