Fome atinge 4,6% da população Catarinense, diz estudo
Entre os estados, a taxa dos Catarinenses é a menor do Brasil
• Atualizado
A fome aumentou no Brasil e está presente no lar de 33,1 milhões de pessoas, o equivalente a 15,5% da população brasileira. Em Santa Catarina, 4,6% da população está passando fome. Os dados são da segunda etapa do Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil, divulgados nesta quarta-feira (14) pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN).
O estudo aponta ainda que a insegurança alimentar, quando não há certeza ou falta de alimentos, é uma realidade entre mais da metade da população do país: 125,2 milhões de pessoas lidam, de alguma forma, com dúvidas a respeito da alimentação. A taxa dos Catarinenses é a menor do Brasil.
De acordo com os dados, a maior proporção de famílias que passam fome está nas regiões Norte (54,6%) e Nordeste (43,6%). Entre os estados do Sul, o Rio Grande do Sul possui 14,1% de Insegurança Alimentar Grave.
O cenário também é maior em domicílios com crianças de até 10 anos, que apresentou um aumento significativo em um ano, passando de 9,4%, em 2021, para 18,1% em 2022. No total, 12.745 famílias em 577 cidades foram entrevistadas para a pesquisa.
“O acesso desigual e insuficiente à renda, aos bens e serviços e às políticas públicas são as condições que melhor explicam as iniquidades relativas à garantia de alimentação adequada. Muitos estudos demonstram que existe uma relação inversa entre renda familiar e a presença de insegurança alimentar, ou seja, nos domicílios com menor renda, os moradores estão mais sujeitos à baixa capacidade de acesso aos alimentos e a níveis de insegurança alimentar mais severos”, diz o estudo.
No geral, mais de 90% dos domicílios entrevistados cuja renda per capita era inferior a um salário mínimo, os moradores possuíam algum grau de insegurança alimentar. Além disso, 71% dos moradores apresentaram restrição na quantidade de alimentos, enquanto 43% afirmaram estar em situação de fome. Em domicílios com renda maior que o piso mínimo, por outro lado, a segurança alimentar esteve presente em 67,0%.
“Embora os números indiquem a precarização das condições alimentares para o conjunto do país, os traços do empobrecimento e das estratégias de sobrevivência das famílias se manifestam desigualmente entre as regiões, principalmente no meio rural. Enquanto 41,3% da população brasileira dispõem de mecanismos de defesa da renda e preservação do poder de compra, quase 60,0% das famílias se veem desprotegidas e incapacitadas”, conclui a Penssan.
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