Cesta básica fica 12% mais cara e renda tem queda, diz pesquisa
Brasileiro precisa desembolsar R$ 735,73 para comprar alimentos da cesta básica
• Atualizado
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (01) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Horus, empresa de inteligência de mercado, mostra que o preço da cesta básica segue subindo, o que atinge, principalmente, os mais pobres, obrigados a diminuir o consumo de alimentos.
No primeiro trimestre do ano, o brasileiro pagava em média R$ 652,72 na cesta básica de alimentos. Nos três meses seguintes, já precisava desembolsar R$ 735,73, quase 12,72% a mais.
Segundo uma das responsáveis pela pesquisa, há causas internas e externas. A guerra entre Ucrânia e Rússia, grandes fornecedores de cereais, e a instabilidade do dólar. No Brasil, a inflação elevada e o clima.
“No início do ano, a gente teve a questão de chuvas torrenciais no início do verão, que impactaram bastante nas lavouras”, afirma Luiza Zacharias, diretora de novos negócios da Horus.
Enquanto os preços sobem, o salário do trabalhador cai. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo IBGE, a renda do brasileiro teve queda de 6,5% no primeiro semestre, de R$ 2.868,00 para R$2.681,00.
Maria de Fátima, manicure há 50 anos, precisou fazer alguns ajustes e agora consegue um dinheiro extra com o bico de ajudante geral em uma oficina de costura.
“Eu fazia umas 65 clientes por mês, de mão, mais 30 de depilação, e agora diminuiu bastante. Diminuiu o trabalho e diminuiu dinheiro, e as coisas aumentando”, afirma a manicure.
Esse distanciamento entre salário e preços pode dar uma trégua a partir deste mês, quando começam os pagamentos do pacote social do governo.
“A expectativa é que no segundo semestre, a gente possa ter menos impacto da inflação dos alimentos”, diz Luzia Zacharias.
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