Bares e restaurantes: 63% ainda sentem efeitos da pandemia
Para setor de bares, lanchonetes, cafés e restaurantes, o impacto da medida foi grande, de acordo com uma pesquisa da ANR
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A eclosão da pandemia de Covid-19 no Brasil, em março de 2020, fez com que estabelecimentos comerciais, por alguns meses, fechassem suas portas. Para o setor de bares, lanchonetes, cafés e restaurantes, o impacto da medida foi grande: de acordo com uma pesquisa realizada pela ANR (Associação Nacional de Restaurantes) em dezembro de 2021, 63% destes negócios ainda não se recuperaram em relação ao período anterior à crise sanitária. Ademais, a previsão para a recuperação das dívidas acumuladas por tais companhias, para a associação comercial, é de até 3 anos.
Um dos caminhos que estes estabelecimentos adotaram para continuar em pleno funcionamento durante os primeiros meses de pandemia foi a digitalização e a aposta cada vez maior em serviços de delivery e “take away” (retirada do pedido no local). E, mais de dois anos após o início da crise sanitária, pesquisas apontam que estes hábitos de consumo prevalecem nos dias atuais
Um estudo da Galunion, consultoria especializada no segmento de Food Service, por exemplo, mostra que 79% dos brasileiros fazem pedidos via delivery ou “take away”. Além disso, questionados sobre a frequência de compras por delivery prevista para os próximos seis meses, apenas 27% disseram que vão diminuir os pedidos, ao passo que 51% indicam que irão manter o volume, e 22%, aumentar.
Outra pesquisa, encomendada pela empresa de pagamentos PayPal, feita no ano de 2021, aponta que os pedidos diários realizados por aplicativos subiram cerca de 55% durante a pandemia. Além disso, 57% das pessoas disseram que pretendiam manter esse hábito de consumo pela comodidade que ele gera. Outro dado aferido pelo estudo mostra que 93,5% das pessoas alegam ter gostado da experiência de comprar comida pelo delivery e que a economia de tempo e a comodidade estão entre os grandes benefícios da prática.
Para especialistas, porém, a digitalização deve ir além, e a aposta em marketing digital deve estar presente na estratégia de desenvolvimento comercial destas empresas, sendo o investimento em tráfego pago, por exemplo, uma das ações mais utilizadas. Aliado a campanhas que focam na aproximação junto ao consumidor por meio das redes sociais, além disso, tal inversão possibilita a conquista de um maior engajamento, chamando a atenção para os produtos e serviços oferecidos.
“Não dá mais pra esperar somente o movimento da rua, ou contar que os clientes irão voltar a ter o mesmo hábito que antes da pandemia”, afirma Davi Bernardes, CEO e sócio da Promofood Online, agência especializada em marketing digital para bares e restaurantes. “Os hábitos de consumo mudaram de forma geral”.
Para o executivo, a adaptação ao “novo normal” passa, obrigatoriamente, pelo uso das redes sociais. A opinião é endossada por Vitória Chaves, COO e sócia da empresa. “A presença digital precisa ser constante e as estratégias precisam estar alicerçadas em tecnologia com foco em vendas”, afirma.
“Com essa percepção, porém, as empresas estão se posicionando muitas das vezes de uma forma errada, sem profissionalismo, sem estratégia e, muitas vezes, sem saber exatamente o que fazer para aumentar as vendas usando o digital como meio para isso”, complementa Chaves.
A profissional ressalta que a postura no digital não deve ser muito formal, com a criação de conteúdos “com uma cara orgânica”, que possa se destacar entre os concorrentes. “As pessoas não querem se relacionar com empresas e sim querem se relacionar com outras pessoas”, diz. A afirmação da executiva pode ser referendada pelo Relatório Zendesk da Experiência do Cliente para 2021, desenvolvida pela empresa de softwares, que aponta que 75% dos consumidores estão dispostos a gastar mais com empresas que ofereçam uma boa experiência aos clientes.
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