2021 encerra com recorde de endividados no Brasil
O nível de endividamento médio das famílias foi o maior em 11 anos
• Atualizado
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) divulgou, nesta terça-feira (18) a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor. Em 2021, o nível de endividamento das famílias brasileiras alcançou a média de 70,9%. Na comparação com 2020, o crescimento foi de 4,4 pontos percentuais, o maior aumento registrado nos últimos 11 anos, quando começou a série histórica.
Segundo a CNC, as famílias recorreram mais ao crédito para sustentar o consumo, que ficou mais caro por causa da inflação em alta. Na avaliação por faixa de renda, o endividamento médio das famílias com até 10 salários mínimos mensais aumentou 4,3 pontos percentuais (p.p), chegando 72,1% do total. Na faixa de renda superior, acima de 10 salários mínimos, o indicador aumentou ainda mais, 5,8 p.p., e fechou em 66%.
Em nota, presidente da CNC, José Roberto Tadros, avaliou que entre as famílias com rendimentos acima de 10 salários mínimos, a demanda represada, em especial pelo consumo de serviços, fez o endividamento aumentar ainda mais expressivamente, em especial no cartão de crédito.
“O processo de imunização da população possibilitou a flexibilização da pandemia, refletindo no aumento da circulação de pessoas nas áreas comerciais ao longo do ano, o que respondeu à retomada do consumo, principalmente de serviços”, disse Tadros.
Segundo a pesquisa, a composição das dívidas das famílias brasileiras apresentou algumas disparidades entre as faixas de renda. O cartão de crédito é o primeiro nas duas faixas de renda, no entanto, na faixa de menor poder aquisitivo, os carnês de estabelecimentos foram o segundo mais citados entre os tipos de dívidas.
Já para a faixa de renda acima de 10 salários, as modalidades de longo prazo, ou seja, os financiamentos de carro e de casa, ocuparam o segundo e o terceiro lugares, respectivamente.
Inadimplência
Apesar do aumento no número de famílias endividadas, os indicadores de inadimplência apresentaram queda na média anual. Segundo o levantamento, 25,2% das famílias afirmaram estar com contas em atraso, 0,28 pontos percentuais a menos que no ano anterior, quando 25,5% dos entrevistados faziam parte desse grupo.
A economista da CNC, Izis Ferreira, responsável pela pesquisa, explicou que “os consumidores seguirão enfrentando os mesmos desafios financeiros da segunda metade de 2021, principalmente inflação, juros elevados e mercado de trabalho formal ainda frágil. Soma-se a isso o vencimento de despesas típicas do primeiro trimestre, que deverá apertar ainda mais os orçamentos domésticos neste período”.
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