Ministra da agricultura pede a exclusão de fertilizantes de sanções à Rússia
País é um dos principais fabricantes mundiais do insumo, correspondendo a 25% das importações nacionais
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Em reunião com representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) na quarta-feira (16), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu a exclusão de fertilizantes do regime de sanção imposto à Rússia. Segundo ela, reprimir o comércio desses insumos afeta a produtividade do campo, reduz a disponibilidade de alimentos, reforça a tendência inflacionária das principais commodities e ameaça a segurança alimentar, especialmente dos países mais vulneráveis.
“Temos que encontrar meios de evitar que medidas destinadas a punir comportamentos específicos, aplicadas por um grupo de países, acabem por afetar as cadeias alimentares mundiais. Não podemos, sob o pretexto de pressionar pela solução de um problema, criar um ainda maior, com o agravamento da situação da fome que, segundo estimativas da FAO, afeta mais de 800 milhões de pessoas no mundo”, destacou a ministra.
A ministra apresentou outras ações para que, de forma coordenada, seja possível mitigar os impactos negativos da atual crise de preços dos insumos, em especial de fertilizantes. Além de intensificar a pesquisa científica em busca de inovações tecnológicas que permitam fortalecer a eficiência e a sustentabilidade da agropecuária, Tereza Cristina sugeriu aumentar o intercâmbio de informações sobre os mercados agrícolas globais e incluir dados sobre fertilizantes.
Em tom de concordância, o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, defendeu os esforços para a inovação, tecnologia e sustentabilidade para uma maior produção do insumo.
“A invasão Russa está acelerando o aumento dos preços não só das commodities agrícolas como também de energia e metais, o que impacta a segurança alimentar de países menos desenvolvidos. Por isso, é importante fazermos o que pudermos para estimular planos maiores para as plantações nos próximos meses. Precisamos de mercados transparentes e compensação de preços para produzir. Isso é vital para reforçar os suprimentos, enviando uma mensagem para os produtores plantarem mais e mantendo o comércio global eficaz”, pontuou.
O tema proposto será encaminhado para a ONU, por meio da Organização das Nações Unidas Para Alimentação e Agricultura (FAO), uma vez que a Rússia é um dos principais fabricantes mundiais de fertilizantes. Atualmente, cerca de 25% das importações brasileiras são provenientes do país, especialmente por produtos à base de potássio.
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