Encontro virtual da Epagri com jovens catarinenses deve reunir mais de 600 pessoas
O evento vai contar com a participação dos pais dos jovens e também de técnicos e representantes
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Um encontro on-line da Epagri com jovens do campo e do mar catarinenses deve reunir mais de 600 pessoas no dia 16 de outubro, a partir das 19h30. A data foi escolhida para marcar o dia estadual da juventude rural. O evento vai contar com a participação dos pais dos jovens e também de técnicos e representantes de outras instituições de extensão rural que desenvolvem trabalhos com esse público. O objetivo é abrir um espaço de interação e socialização de experiências de vida pessoais e profissionais com momento cultural e narrativas protagonizadas pelas famílias rurais. O encontro é gratuito e aberto a todos os interessados.
Segundo a coordenadora do evento, extensionista social Leonir Claudino Lanznaster, o encontro é uma forma de manter a Epagri conectada com os jovens e as famílias nesse momento de pandemia de Covid-19.
“O encontro atende uma demanda dos jovens. O período noturno foi escolhido a pedido daqueles que trabalham com pecuária e querem fazer a segunda ordenha do dia antes de ir para o evento”, diz Leonir.
Desde 2012 a Epagri oferece cursos de formação para os jovens, com enfoque em organização, gestão e protagonismo. Até 2019 foram capacitadas 2.468 pessoas. Para o ano de 2020 a Empresa recebeu 389 inscrições para os cursos, que devido à pandemia foram prorrogados para 2021. Segunda coordenadora do Programa Capital Humano e Social, Rose Gerber, há regiões com “fila de espera”, demonstrando que há demanda por parte de jovens a serem incluídos em ações voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar e da pesca artesanal.
Desafio de ser jovem e mulher
Um dos depoimentos que os participantes vão ouvir será da agricultora Carol Marian, 23 anos, de Angelina. Ela fez o curso da Epagri em 2016 e no ano seguinte investiu no cultivo de morango semi-hidropônico. Antes de fazer o curso, ela não tinha interesse em permanecer no campo. Carol via os pais trabalhando pesado na produção de hortaliças e, por conta de limitações físicas, avaliava que não teria futuro na roça.
“No curso comecei a ver a agricultura com outros olhos, descobri que existiam formas mais sustentáveis de gerar renda no campo. O começo foi muito desafiante porque eu não conhecia nada de morango, mas fui superando com ajuda da Epagri”, diz. “Sou nova, escolhi ficar no interior. Muitos não entendem que aqui vivemos bem, temos renda e somos felizes, como se isso só fosse possível na cidade. Muitos ainda acham que jovens do interior são diferentes dos jovens da cidade”, ressalta.
Ela relata ainda outro desafio: ser mulher na agricultura. “Desde nova eu aprendi que agricultura é um serviço pesado e por isso era atividade para homens. Percebo que as pessoas têm preconceito ao ver uma mulher começar um empreendimento rural sozinha, ser dona do próprio negócio. Essa foi minha escolha e estou muito feliz”.
Gestores do negócio da família
O casal Scheila, 25, e Ademar Sehnem Junior, 27, de São Martinho, também vai compartilhar suas experiências no encontro de jovens. Ele é agrônomo e ela licenciada em Química. Juntos assumiram a propriedade da família dele em 2018, onde produzem leite à base de pasto.
Ele começou o curso de jovens em 2013, mas não finalizou por incompatibilidade de horário com a faculdade de Agronomia, que ingressou naquele ano. Ela fez em 2017 para participar melhor da gestão do negócio da família, já que ambos estavam de casamento marcado e ela, que morava em Imbituba, se mudaria para a propriedade dos Sehnem.
“Até 2018 eu auxiliava, mas as principais decisões não eram minhas. Desde que assumimos, conseguimos aumentar a produtividade em 90% graças a muito trabalho, estudo, busca de informações, capacitações. Com o conhecimento adquirido conseguimos analisar a propriedade de forma mais refinada e tomar decisões corretamente para continuar crescendo e alcançar a rentabilidade que tanto almejamos”.
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