Seca e falta de água mata ao menos 100 elefantes na África
Altas temperaturas e falta de chuva estão secando poços no Parque Nacional de Hwange
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Ao menos 100 elefantes já morreram por falta de água no Parque Nacional de Hwange, no Zimbábue. Segundo o Fundo Internacional para o Bem-Estar dos Animais (IFAW, na sigla em inglês), a tragédia acontece em meio à seca na região, que atrasa as chuvas de verão. A seca é influenciada, sobretudo, pelo fenômeno meteorológico El Niño.
“Os elefantes e outras espécies da vida selvagem enfrentarão uma crise se as chuvas não chegarem em breve. Em 2019, mais de 200 elefantes morreram no Zimbábue devido à seca severa; esse fenômeno é recorrente”, disse Phillip Kuvawoga, diretor do Programa de Paisagem do IFAW.
Atualmente, o Parque Nacional de Hwange abriga 45 mil elefantes. Apesar de ter 104 poços movidos a energia solar, os administradores alegam que o número não é o suficiente, uma vez que as altas temperaturas secam os poços. Isso força com que os animais caminhem longas distâncias em busca de água, provocando exaustão e desidratação.
A notícia chega em meio à 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes. O encontro reúne quase 200 países e tem como objetivo desenvolver medidas precisas para preservar o meio ambiente e impedir que a temperatura global suba mais de 2ºC.
Isso porque o Acordo de Paris estabelece metas de longo prazo para orientar as nações a reduzir substancialmente as emissões globais de gases de efeito estufa para limitar o aumento da temperatura global em 1,5º C até 2100. A meta, no entanto, conseguirá ser cumprida apenas se os os países conseguirem reduzir ao menos 50% das emissões até 2030.
Caso o objetivo não seja alcançado, cientistas alertam que o mundo terá cada vez mais eventos climáticos extremos, como chuvas fortes e ondas de calor severas, aumentando as destruições por inundações e incêndios florestais. O rápido derretimento das geleiras também aumentará o nível do mar, fazendo com que cidades costeiras desapareçam completamente.
“Os animais selvagens protegem o carbono já armazenado na natureza, evitam que ele seja liberado na atmosfera e ajudam a natureza a absorver e armazenar ainda mais carbono. As mortes antecipadas de elefantes e outras espécies, como estamos vendo no Zimbábue agora, devem ser vistas como um dos desafios profundos e complexos que afetam a conservação dos recursos naturais da região, agravados pelas mudanças climáticas”, diz Kuvawoga.
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