Extintos há mais de 200 anos na Ilha, bugios-ruivos estão de volta à Florianópolis
A soltura dos animais, que estavam em reabilitação há mais de quatro anos, ocorreu no Parque Estadual do Rio Vermelho
• Atualizado
Extintos há cerca de 260 anos, os bugios-ruivos estão de volta às florestas da Ilha de Santa Catarina desde a última terça-feira (9). Os animais estavam aos cuidados do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Santa Catarina (Cetras) e passaram por um processo de reabilitação por mais de quatro anos para estarem aptos a voltar ao habitat natural.
A soltura dos animais ocorreu no Parque Estadual do Rio Vermelho por iniciativa da ONG Instituto Espaço Silvestre por meio do Programa Silvestres SC e contou com o apoio do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).
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Segundo o IMA, o objetivo maior é que os bugios restabeleçam uma população viável a longo prazo na ilha e que o seu retorno recupere interações ecológicas perdidas com a extinção do primata no local.
“Durante todo o tempo em que os animais estiveram em reabilitação, que foram longos quatro anos, o objetivo sempre foi viabilizar a soltura. Esse momento chegou e nos emociona muito, pensar que o bugio fará novamente parte da nossa fauna e poderá viver livremente na naturez é muito gratificante”, comentou a diretora de Biodiversidade e Florestas do IMA, Sabrina Nunes Cataneo Maestri.
Estima-se que os bugios-ruivos (Alouatta guariba), nativos da Mata Atlântica, foram extintos na Ilha catarinense há cerca de 260 anos, quando foi feito o último registro conhecido da espécie na ilha.
Processo de soltura dos bugios
No primeiro momento, a soltura foi de três indivíduos: Sem Cauda, Ranhento e Ruivo. Dois machos e uma fêmea, todos adultos. Nesta segunda-feira (15) mais três bugios foram enviados para o recinto de adaptação. A diretora do Silvestres SC, Vanessa Tavares Kanaan, conta que outras cinco solturas de bugios-ruivos já estão previstas neste primeiro semestre do ano.
Antes de voltar à floresta, na reabilitação, o trio passou por dezenas de exames clínicos e veterinários e aprenderam habilidades comportamentais importantes para sobreviver na natureza. Além disso, os macacos foram vacinados contra a febre amarela, doença letal para os bugios. Na reta final pré-soltura, passaram cerca de um mês num recinto de aclimatação, para se adaptar à floresta, que agora podem chamar de lar.
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