Ucrânia inicia retirada de civis em Mariupol após acordo com Rússia
Cessar-fogo temporário pode ajudar cerca de 6 mil pessoas a deixaram zona de guerra
• Atualizado
O governo da Ucrânia chegou a um acordo preliminar com autoridades russas para estabelecer um corredor humanitário na cidade de Mariupol, no leste do país. De acordo com o ministério da Defesa de Moscou, foi declarado um cessar-fogo temporário para permitir a retirada de civis que permanecem na cidade, em especial na indústria Azovstal, linha de frente do confronto.
O prefeito da cidade, Vadym Boichenko, afirmou que a operação espera alcançar cerca de 6 mil pessoas, em especial mulheres, crianças e idosos, que devem ser transportadas por 90 ônibus. Boichenko informou que cerca de 100 mil civis permanecem em Mariupol, e dezenas de milhares de pessoas já morreram na região desde o início da invasão russa.
Um acordo anterior para a criação de um corredor humanitário para os civis deixarem Mariupol foi desfeito no início de março. Desde então, o governo ucraniano vinha aumentando os esforços para evacuar os moradores e levar ajuda através de comboios humanitários. Os constantes ataques, no entanto, impediam que as operações avançassem.
Em decorrência do desespero, alguns civis presos na cidade enviaram uma carta ao Vaticano, pedindo para que Papa Francisco acabasse com o conflito militar no país. Nas páginas, os autores descreveram Mariupol como “epicentro de uma catástrofe humanitária”, uma vez que o local vem sendo alvo do exército russo desde o começo da ofensiva.
Segundo especialistas, a disputa pela cidade é estratégica, porque, caso as tropas russas ocupem totalmente a região, o exército poderia conectar por terra a Crimeia, anexada por Moscou em 2014, com as regiões separatistas de Donbass. O cenário seria uma importante passagem de suprimentos e liberaria um grande número de soldados para participar dos conflitos em outras partes da Ucrânia.
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