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Guerra na Ucrânia

Ucrânia aceita negociar com Rússia mas afirma que não irá se render

Delegações de países vão se encontrar na fronteira com Belarus

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: ДСНС України, Organização Não Governamental, Facebook, Reprodução
Foto: ДСНС України, Organização Não Governamental, Facebook, Reprodução

Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, afirmou, neste domingo (27), que vai enviar uma delegação para fronteira entre Belarus e Ucrânia para negociar com grupo diplomático da Rússia. Kuleba ainda afirmou que o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, não vai realizar ofensivas contra a Ucrânia até o fim das negociações. 

“Iremos a esse encontro sem acordos preliminares, iremos lá para ouvir o que a Rússia tem a dizer e para falar o que pensamos sobre essa guerra e ações da Rússia. Presidente Lukashenko, de Belarus, afirmou que nenhuma força militar da Belarus será utilizada contra Ucrânia de agora até o fim das conversas. 

O ministro voltou a reafirmar, que mesmo com as tentativas de negociações, a Ucrânia não vai se render. “Não há nada de ruim em estabelecer diálogos se o desfecho for o fim da guerra e a paz, mas nós não nos renderemos, não cedemos um milímetro do nosso território”, disse.

Sobre o anúncio mais recente do presidente russo, Vladimir Putin, de colocar em alerta máximo as forças nucleares da Rússia, Kuleba ressaltou que a decisão foi tomada no mesmo momento do anúncio sobre a tentativa de diálogo e negociação na fronteira com Belarus. O ministro enxerga essa atitude como uma ameaça à Ucrânia e ao mundo. 

“É uma tentativa de aumentar a pressão sobre delegação ucraniana, não cederemos a essa pressão. […] Se a ordem for colocar armas nucleares em alerta é uma ameaça direta de uso de armas nucleares contra Ucrânia e esta seria uma catástrofe a nível mundial e nós não nos curvaremos”, ressaltou.

O ministro informou dados sobre o pior ataque contra o país desde 1941, quando a região foi invadida por nazistas. “Ucrânia colocou abaixo 46 aviões, 26 helicópteros, 146 tanques, 700 blindados, 49 canhões, dois drones, um complexo de mísseis, 30 veículos, 60 cisternas e dois barcos. Cerca de 4.300 soltados russos foram mortos ou feridos e centenas são prisioneiros de guerra. […] O inimigo continua a se mover no nordeste, no sul e no norte da Ucrânia, incluindo a região de Chernobyl”, destacou. 

Kuleba criticou Putin e apontou alguns crimes de guerra cometidos pelo exército russo. “Um orfanato foi atingido, 50 crianças estavam lá dentro no momento do ataque. No mesmo dia, a artilharia russa atingiu um jardim da infância, 15 pesssoas ficaram gravemente feridas, cinco morreram e uma criança não registriu aos ferimementos. Na manhã do dia 26, mataram uma família, uma mulher de 56 anos e 2 crianças de 6 anos e 8 meses morreram. Uma refinaria de petróleo foi atingida esta noite ameaçando uma catástrofe ecológica”, disse o ministro que ressaltou que não descansará até que todos os criminosos de guerra paguem pelos seus atos em cortes internacionais.

Sobre o apoio de outros países, Kuleba disse que é preciso ainda mais pressão para que a Rússia seja isolada completamente. “A coalizão contra Putin contra com 84 países e 30 organizações internacionais. […] Putin fechou a janela aberta para Europa, isso vai fazer com que russos mergulhem na pobreza e isolamento. […] No entanto, quero avisar todos os governos que possam pensar que depois de impor as sanções é possível descansar. Sanções e ações precisam ser escaladas, até que a Rússia para de matar ucranianos e bombadear nossas cidades e matar nossos homens, mulheres e crianças. Até que a Rússia retire todas as tropas da Ucrânia e descoupe o nosso território esta deve ser a meta da coalizão contra Putin. É uma questão de horas não dias para tomar essas decisões”, enfatizou Kuleba

O ministro agradeceu o apoio dos países ocidentais, mas criticou a falta de ações duras para o fim da guerra na Ucrânia. Kuleba afirmou que “a história vai julgá-los como governantes que erraram ao não parar um ditador cruel”.  Kuleba ainda solicitou apoio militar com envio de armas, combustível e munições para a Ucrânia

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