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Guerra na Ucrânia

Rússia volta a atacar capital ucraniana no primeiro dia do G7

Líderes dos países mais ricos do mundo tentam manter unidade pra apoiar Ucrânia e punir a Rússia

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Reprodução | Instagram
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Os líderes do G7 ainda não haviam se posicionado para a foto oficial em frente aos alpes da Baviera, em Elmau, quando chegaram notícias de um ataque da Rússia na capital ucraniana. Depois de 21 dias, os russos voltaram a atacar Kiev neste domingo (26). Catorze mísseis foram disparados contra a capital ucraniana, um deles atingiu um prédio residencial, deixando um morto e seis feridos.

É um ataque simbólico no primeiro dia do evento que deve ter justamente a Ucrânia como pano de fundo. Foi um recado da Rússia ao grupo do qual foi expulsa, em 2014, após a tomada da Criméia. Desde então, o G8 tornou-se G7 e cada vez mais anti-Kremlin.

O presidente da França e dos Estados Unidos e os primeiros-ministros do Canadá, Reino Unido, França, Itália e Japão tentam dar uma resposta mais incisiva a Vladimir Putin no momento em que parte do público, principalmente na Europa, começa a dar sinais de cansaço com o prolongamento do conflito.
 
Pesquisa do Conselho Europeu de Relações Internacionais mostrou que 35% dos moradores do continente defendem o fim mais rápido do conflito, ainda que isso signifique a perda de território por parte da Ucrânia. 22% acham que somente uma derrota da Rússia pode trazer paz ao continente. 43% se dividem entre as duas possibilidades.

União contra presidente da Rússia

Antes de se reunir com o presidente dos EUA, Joe Biden, o anfitrião Olaf Scholz subiu o tom contra a Rússia. O chanceler alemão também tenta rebater as muitas críticas de que hesitou demais para dar total suporte à Ucrânia e prometeu unidade do grupo. “Essa é uma guerra brutal que Putin está travando. De novo, nós vemos ataques a casas em Kiev. Isso mostra o quão é correto que fiquemos juntos e apoiemos os ucranianos a defender seu país, sua democracia, sua liberdade e sua autodeterminação”.

Entre os líderes do G7, Boris Johnson é o que mais recebe elogios dos ucranianos. Depois de uma sucessão de escândalos, ele enfrenta a pior crise política interna desde que assumiu o governo britânico. O primeiro-ministro e seus apoiadores têm usado a guerra da Ucrânia e a necessidade de enfrentar os russos como argumento para justificar a necessidade de Johnson permanecer no poder.  

Manter o apetite pró-Ucrânia é essencial para os planos domésticos e internacionais do britânico, mas assim como seus colegas, ele sabe que é uma guerra com duas frentes. “Para proteger essa unidade e para fazer isso funcionar, nós precisamos realmente fazer discussões honestas sobre as consequências do que está acontecendo, das pressões que amigos e parceiros estão sentindo, o que as populações estão sentindo, se está nos custos da sua conta de energia ou da comida”.

Brasil está de fora

Não apenas a população começa a fazer tais perguntas, mas também aqueles que não fazem parte do clube das economias mais ricas do planeta. Este ano, a Alemanha convidou 5 países para participarem do G7: Índia, Indonésia, Senegal, África do Sul e Argentina, que ocupa um lugar que durante outras edições do evento costumava ser do Brasil. Um dos objetivos dos líderes do G7 é mostrar que a crise de energia e na cadeia de alimentos foi agravada não por causa das sanções aplicadas à Rússia, mas por causa das ações de Vladimir Putin.

O G7 acontece pela segunda vez em Krün, estado do sudeste alemão que faz fronteira com a Áustria e a República Tcheca. Em 2015, o lugar também foi escolhido por questões de segurança. O castelo onde acontece a conferência fica num lugar isolado, no meio dos alpes da Baviera. O Elmau é um hotel 5 estrelas com 133 suítes e uma sala de concertos para 300 pessoas.  

Protestos

Até o centro de imprensa fica numa cidade vizinha, em Garmisch-Partenkirchen, palco de vários protestos neste domingo. Uma marcha anticapitalista e com mensagens contra o G7 cruzou as ruas da pequena cidade acompanhada por um forte aparato policial. Ainda mais longe, em Mittenwald, etíopes gritavam pra chamar a atenção para o que se passa no Tigray, região da Etiópia, onde o governo do país é acusado de promover um genocídio contra a população local.

O protesto com mais chance de chamar a atenção de presidentes e primeiros-ministros, porém, é aquele que também aconteceu em Garmisch-Partenkirchen e pedia mais armas para a Ucrânia e mais sanções contra a Rússia. A mensagem do primeiro G7 após a invasão da Ucrânia será essencial para saber qual a disposição e a energia que este grupo pretende gastar no conflito que ainda pode durar anos. 

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